quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

ORIGENS DA PALAVRA PAMPULHA

ORIGENS DA PALAVRA PAMPULHA, LOCALIDADES E FAMILIAS
Apresentação :
Este trabalho compõe-se priomordialmente de trechos de textos recolhidos na internet acerca da origem, significados e histórias, ao longo do tempo, do termo português, PAMPULHA.
Tais trechos de textos foram aqui organizados para oferecer-se como um panorâma histórico e cultural dessa palavra, que é quase desconhecida dos contemporâneos Lisboetas (ou dos portugueses em geral), apesar da existência e resistência, quase heróica, do sítio chamado de a « Calçada da Pampulha », na atual Freguesia da Estrela-Lisboa. No Brasil, essa designação é imediata e fortemente associada ao « conjunto arquitetônico modernista, parque e aeroporto » da cidade de Belo-Horizonte (Minas Gerais). Para além disso, tanto em Lisboa quanto na cidade brasileira de Belém-do-Pará, o termo vincula-se ao sobrenome de duas famílias, as quais parecem ter adotado essa toponímia como nome familiar por volta de início do século XIX, como forma de homenagem ao sítio lisboeta que em épocas prescendentes era uma importante área sóciocultural dessa cidade portuguesa.
Assim, os excertos de textos aqui apresentados foram compilados para aquele propósito. Portanto, tais trechos começam e finalizam ao longo do desenvolvimento do trabalho sempre com a abertura-término em aspas; tendo porém a fonte e autoria reconhecidas em notas de roda-pé.

Diz Nunes, um dos muitos sites pesquisados : « A Pampulha é, em Lisboa, a coisa mais parecida com o Arco do Cego: também já foi nome de uma zona grande na cidade, hoje está confinada a uma rua e ninguém sabe de onde provém o nome. Actualmente é apenas uma calçada com pouco mais de cem metros encaixada entre as ruas Presidente Arriaga e do Sacramento a Alcântara, passando por cima da pequena ponte ao fundo da Avenida Infante Santo. Mas já foi nome de bairro e o local da maior explosão que Lisboa já sentiu. Fez-me confusão não ter encontrado qualquer referência à origem do nome Pampulha e tentei descobri-la. Num dicionário antigo encontrei "pampulho", com o significado de malmequer silvestre. Seria uma boa pista não fora o termo ter apenas sido usado no Minho. Mas um pouco mais acima surge outro vocábulo bastante mais interessante: "pampolho", significando os primeiros rebentos que nascem no final do Inverno nas hastes das videiras. Com o mesmo significado aparece a palavra "pimpolho", afinal os rebentos, as crianças, no sentido que hoje lhe atribuímos.»[1]
Num outro site, o « Toponímia de Lisboa », afirma-se que tal rua era também conhecida como « Calçada fresca ou direita do sítio da Pampulha » e que tal nome « remonta aos fins do século XVI… »[2], No entanto, salienta que « …nenhum olisipógrafo avance uma explicação definitiva para a origem do nome »[3].
Neste breve trabalho, haverá a possibilidade de ampliarmos, não apenas, os conhecimentos da origem da palavra, assim como aumentar o repertório de seus signficados em termos galaíco-português, mas também acrescentandos dados históricos franceses e definições italianas que evidenciam uma maior coloração interpretativa ao termo, « pampulha », objeto deste texto.
Portanto, a primeira idéia a reter neste trabalho é a da importância histórica da região onde se encontra atualmente a Calçada da Pampulha, dentro do percurso histórico-cultural da cidade de Lisboa. Para bem sublinhar isto, o site do acima citado António Nunes põe em relevo, na continuação de sua interpretação sobre o nome do logradouro, que: « Naquela zona havia muitas vinhas e já Fernão Lopes conta na Crónica de D. João I (publicada na década de 1440) que durante o cerco a Lisboa pelas tropas castelhanas em 1383/1384, os soldados de Nuno Álvares Pereira iam dar caça aos invasores quando descobriram que eles, pela calada da noite, tinham por hábito ir roubar uvas em Alcântara. E a Pampulha fica apenas ali a dois passos. »[4].
Dessa maneira, desde fins do século XIV já se vislumbra alguns motivos para o nome dado ao sítio da Pampulha em Lisboa. E é este nome que será empregado em certos logradouros, no Brasil, para homenagiar a dão conhecida zona lisboeta, isso início do século XVIII, quando da corrida do ouro na divisa dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. E mais tarde a mesma homenagem será efetuada pelos imigrantes portugueses que chegaram às áreas circunvisinhas da atua Belo-Horizonte, em fins daquele mesmo século. Dessa forma também, a sua utilização como nome de familia de imigrantes portugueses que aportaram em Belém-do-Pará.

I.1 Significações do nome: (por ordem de publicação)
PAMPILLO – sinônimo de Pampullo - Chrysanthemum segetum bellis lutea. Vide Memorias Académicas de 1724, pág. 353. La describe  Mr. de Jussieu, dice que de su flor se puede dar (sic) color amarillo. Léase toda. ¶1777. Cf. Martín Sarmiento (1754-1758): Catálogo de voces vulgares y en especial de voces gallegas de diferentes vegetables, ed. de J. L. Pensado Tomé (U. de Salamanca en 1986).
O Hoffmannsegg & Link (1813-1840). « en Portugal indica mal-me-quer, o Pampilho ordinario (Pampulha ou Pampulho) ».[5]

Abaixo os termos do Dictionnaire de la langue d'oc, ancienne et moderne, suivi d'un Vocabulaire français-provençal, 1817:

PAMPOL – do Francês provençal, vinculado aos termos : pampe ou pampre, francês ; pámpol (nome catalão dado à folha da vinha, quando elas caem no chão, com o nervo torcido e avermelhado) ; pampa, português e espanhol ; pampano, italiano – significa ramo da vinha com suas folhas ; como significa folhas de plantas, particularmente, do trigo.
PAMPOUL – do F.p., significa aquilo que trêmula
PAMPOULHA – do Francês provençal (em francês pampouiîle ou pampouille) – siginifca caroço da cereja preta ácida (griote ou griotte noire-acide) ou a própria cereja preta.
PAMPOUS – do F.p., significa trigo em erva, trigo tendo grandes folhas (galhos)
POLHA – do F.p. (francês provençal também poulye, e atual pouille) nome de local Apulia na Italia (lembrando a citação de mais adiante : « "pão da Apúlia" ("pan" no português arcaico, indicando o local onde era recebido o trigo vindo da Apúlia (Itália) ».
Outras fontes :

PAMPULLO – « Barceló (1879-1881) indica moixos, sordanaya, y bolitx. Colmeiro (1887) indica en castellano magarza, manzanilla de flor dorada, manzanilla loca, paxitos, ojo de buey, santimonia, estrella mayor de mieses, estrella española, ojo de buey, besantemon oloroso, ojos albillos, belide menuda, mogigato, hinojo hato, semillama, flor de muerto, yerba del muerto, magaza, pajito; en Portugal Pampilho o pamposto, bemmequeres amarello, bemmequeres, malmequeres amarello, malmequer o pampilho ordinario, en Galicia pampillo, pampullo, en las Islas Baleares maravellas, moixos, sordanaya, violer de mort (…) ».[6]


OBS – contudo, não se pode esquecer que além do trigo, « A Vinha e a Oliveira são as duas plantas que mais caracterizam o panorama da Puglia (Itália). Nesta região o Vinho é produzido praticamente em toda parte ».[7]
Há indicações na internet que em maio na Galícia (nas localidades de Tomiño ou Amorin) ocorre a Festa do Pampullo.

I.2 Significação pelo local:
PAMPOUILLE – usado na Dordogne (França), poderá designar aquel que é originário de Pampouil, vila longíngua na La Chapelle-Bâton, na região de Deux-Sèvres. O toponímio Pampoel (assim designado no XV século) era escrito Pampouille no mapa de Cassini no XVIII século.
« Em Latim, PAMPANUS era a haste da videira coberta de flores e frutos. Mais tarde, este nome foi aplicado também a uma flor amarela parecida com a margarida. Em Arquitetura, “pâmpano” é o nome de um festão de parreira com seus frutos. 0 seu diminutivo, PAMPANUCULUM, PAMPANUCLU, teria gerado « pampulha ». Em Lisboa há um bairro assim chamado, provavelmente devido à quantidade das citadas flores ».[8]
« Em relação à etimologia desta palavra, José Pedro Machado, no seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (Ed. Confluência, Lisboa, 1984) coloca a hipótese de a origem estar em "pão da Apúlia" ("pan" no português arcaico), indicando o local onde era recebido o trigo vindo da Apúlia (Itália) »[9]
A tradução do toponímia portuguesa Pampulha para o alemão é PAMPULIA. Esta grafia consta do livro de 1838 que fala sobre o Palácio das Necessidades, Das Ausland. Ein Tageblatt für Kunder des geistigen und sittlichen Lebens der Böller mit besonderer Rücksicht auf verwandle Erscheinungen in Deutschland, de Johan Friedrich von Cotta.[10]
Sobre os termos Pampulia ou Pampuglia em Napoli temos :
« E chegamos a pampuglia que no primeiro significado é aplainar, aplainar a madeira (em forma de) chip (…). Antes de mudar-se para comentar (sobre) a etimologia da pampuglia, eu me lembro como este terminou em sentido primário de chips; aplainamento (este que é) um termo napolitano, sempre muito cuidadoso, preciso e detalhado. (Porém há uma) especificidade diferente de acordo com a forma ou fonte dos chips; Por isso: pampuglia (é também os chips) encaracolados (…) (em) espiral (saídos) a partir da madeira macia. (Assim a) pampuglia chianuzzella (é a) enrolada com força, não produzindo pelo grande plano, mas a partir de um plano mais íntimo e pouco conhecido na chianuzzella napolitana, diminutivo de chianozza que vem do latim: (e siginifica): ferramenta plânulas para tornar plana, privando-o da rugosidade uma placa de madeira (…). Agora, vamos refletir sobre a etimologia da pampuglia, etimologia que não (é portanto) tranqüila. Uma vez mais tarde foi imaginado um plural neutro latino, fabulía = favuli, (ou seja) talos de grão que após a coleta eram arrancados, devidamente secos e utilizados para a alimentação de fornos domésticos, tal como a pampuglie (os chips saídos) da madeira. Uma segunda hipótese, que ao meu ver, parece-me um pouco mais viável, refere-se a um latin regional: (assim) pampulia (é) forjada (de) um Pampus (que é) a forma sincopada de Pampinus, que é propriamente o pampino: galhos de videira cobertos de folhas, ramo que se improdutivo é ressecado e destinado ao fogo. »[11] Por Raffaele Bracale – Napoli.[12]

Entretanto, antes de começarmos a desvendar um pouco da história da Pampulha lisboeta, iremos fazer antes uma viagem às fazendas-fortalezas mediévais franceças, as quais imprimem certos siginificados à palavra, os quais misturam-se aos que vimos acima, e também porque são mais antigos que os de Lisboa.

II. PAMPOULHA ou PAMPULHA (PAMPOUILLE) na França
Trata-se da história de um « fief » (feudo), da grande fazenda-fortaleza PAMPOIX, PAMPOOX, PAMPOUX, PAMPOIL, PAMPOU, PAMPUX (pammux), PAMPEUIL, diversas maneiras de escrever, durante a história, o nome deste feudo.
Fazenda do condado de Spteuil (Mantois) na região (cantão) Houdain/Grandchamp (Seine-et-Oise), distante 14km de Mantes (ao Sul) e 16Km de Houdan (ao Norte).
Foi um feudo que teve seu apogeu nos séculos XV e XVI, mas que no século XVIII as terras foram reagrupadas em torno do burguês de Houdan Pierre Christoff Tessier. Esta fazenda era a fortaleza residencial senhorial, com torres de defesa. Tal residência foi mencionada em 1096 (XI) e pertencia a Sanson Pampooil.
Há um motin efetuado por Maurice des Près, conhecido em documentos, contra o senhor deste feudo em 1239 (século XIII), o seu senhor era então Sinon de Pampueil. » (site francês Topic-Topos).
Mas tarde o senhor de PAMPOU foi Oillivas Mulcent. (sem data)
OBS – este feudo possuía um moinho, importante na região para a trituração do trigo.
II.1 Nomes de pessoas e familias francesas de mesmo origem e suas localidades :
1096 – Sanson Pampooil – Septueil ;
1096 – de PAMPOU – Monfort
1219/1230 – Guillaume de PAMPO, PAMPOUX, PAMPOUIL, PAMPUEIL, PAMPEUIL, PÎIMPOL – Septeuil/Epernon/Hainant (Mantois)/ Ilê-de-France – vassalo e cavaleiro ;
1239 – Sinon de Pampueil – Septueil ;
(possivelmente 1250) -  Regnault de PAMPEUIL – Granges
1283 – Denis de PAMPUEIL, PAMPEUIL – Monfort – vassalo da Condessa Béatrice de Monfort – homme Lige (vassalo);
1444 – sem nome PAMPOEL – La Chapelle-Bâton, na região de Deux-Sèvres (Dordogne)
1750 – sem nome PAMPOUILLE – La Chapelle-Bâton, Deux-Sèvres
Obs – a tradução inglesa do nome da familia Pampueil é PENTPOIL encontrado num texto em latin com a tradução do nome de Guillaume de Pampouil, para Willemi de Pentpoil.

II.2 Formas de escritura do nome da familia PAMPOUILLE em França e suas localidades :
A partir do ANO 1096
PAMPEUIL, PAMPOEL, PAMPOIL, PAMPOL, PAMPOOIL, PAMPOOX, PAMPOU, PAMPOUX, PAMPOUYL, PAMPOUIL
Nomes e Locais :
Pampol - Champseru
Pampou – île de pampou (Tournedos-sur-Seine- Louviers)
Pampou, Pampoux, Pampooil, Pampoox, Pampoil – Septeil/Corbeilles
Pampueil – Montfort
Outros feudos da familia Pampouille (escrita atual) na França : Saint German-des-Près/Epernon/Grandchamps/Osmoy/Ellevilles/Granges/Fleury/Saint-Corentin Grave/
OBS – dados conseguidos nos sites franceses : Mémoire de la Société Archéologique d’Eure-et-Loir, (Londres, 1876, p.159) e « Liens Féodaux e Noblesse du Comté de Montfor et L’Amaury » in Racines et Histoire.
II.3 Localidades na França atual :
Vilas ou localidades :
PAMPOL - Champseru
PAMPOUILLET região do Salut
PAMPOUIL – La chapelle-Bâton, Cod postal 79220 – mais ou menos perto de Poitiers, La Rochelle e muito próximo de Niort (Marmande)
PAMPOUX – Septeuil – mais ou menos próximo de Paris
PAMPOU - Corbelles
Ilha de PAMPOU - Tournedos-sur-Seine- Louviers
Ruas :

Rue Pampoule – Louviers, CP 27400 – Eure – próximo de Val-de-Reul, Rohen, Haute Normandie ;
Rua de Le Bois de Pampeuil – Rouillac, perto de Potion e Charentes ;
Rue de Pampouille – Hungier – entre de Besançon e Dijon




III. PAMPULHA à Lisboa : história, cultura e fatos socias que revelam a importância deste sítio
Em Lisboa, o logradouro PAMPULHA actualmente é apenas uma Calçada (espécie de pequena rua) na freguesia da Estrela (administração de 2012), anteriomente estava anexado à dos Prazeres (mas fôra uma freguezia de Santos-o-velho em 1659).



[13]

Porém, tratava-se de uma grande e importante zona portuária que ligava, pela parte ocidental da cidade, à grande região de Alcântara, daqual a Pampulha pertencia em tempos remotos. Depois da anexação da Lisboa Moura pelos portugueses, em 1147, o nome Pampulha aparecerá :
1) como um bairro a partir das crônicas de Fernão Lopes (1378-1460) sobre D. João e o cerco à Lisboa de 1384 efetuado pela corôa de Castela. (Texto completo disponível na web).

2) em seguida será citada, devido ao grande movimento do comércio do porto, onde havia a entrada de escravos, possuindo até um pelourinho, consta assim na obra Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente (1465-1536?), em 1517. (in Vale do Calçado, blog na internet).[14]
3) em 1551, a região parece nos limites administrativos da cidade no período manuelino, como uma passagem que ligava o aglomerado central da cidade à Alcântara :[15]
José Albertino Rodrigues em « Ecologia urbana de Lisboa na segunda metade de século XVI » destaca: « Além desta zona e ao longo do Tejo estava ocorrendo uma expansão da cidade, estreitamente ligada à expansão marítima e colonial, com edifícios importantes, como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, monumentos simbólicos não somente da expansão, mas também da nova arquitectura característica, o manuelino. Se os limites administrativos são assinalados pela Pampulha, havia no entanto uma nova cidade em formação em torno de Belém; mas esse processo de expansão achava-se então apenas no começo. »[16]
4) 1557/1578 - abertura (ampliação) da calçada da Pampulha.[17]
1574 – D. Sebastião concordava, « Para a matança do gado, (…) na mudança do Curral, que ficava no Campo de Santana, para a Pampulha, acima dos fornos de calde Rui de Melo, tormando-se o chão necessario para recolher o gado. A Pampulha era um bom local porque havia caminhos para os campos de Alvalade e Cabeça de Montachique onde passava o gado. E da Pampulha, a carne podia ir por mar aos açougues sem passar pelas ruas públicas ».[18]
5) 1576 – « (…) horroroso incêndio no bairro da Pampulha, com pouca distância do Tejo ; está situado uns armazens para neles se recolherem vários gêneros de mantimentos (…) conduzidos por diversas nações da Europa ao porto de Lisboa (…), barris de pólvora (atearam) fogo, (derrubando) todas as casa situadas junto à praia, (…) pedras que voaram mataram muitas pessoas, (atigiram) o telhado do Palácio Real junto da Igreja dos Santos. (…) Morava nas casas de Luiz Cesar, provedor dos armazens, Beatriz da Costa, mulher de Miguel de Moura, secretário de Estado que estava na jornada com D. Sebastiéao em Guadalupe, como (essa) era muito devoda estava a ornar a imagem de N. S. da Conceição, (…) o fogo pegou a casa, reduziu a ruínas, sepultando Beatriz com a imagem e três criadas ». Contudo, todas foram resgatadas ainda com vida, junto com a imagem, « alcançando por diante a tal imagem o título de senhora dos milagres ».[19]
Ainda no sentido da ilustração deste incêncio e da amplitude do bairro da Pampulha em 1576, podemos mostrar : « No tempo, que ElRey partoi de Lisboa para Guadalupe, pousava nos Paços de Santo o velho à Pampulha ; junto do quaes, & ao longo do mar havia muitas Taracenas, que serviaõ de alojar muito paõ, & todo genero de vitualhas, & mercadorias (…) ; & com haver grande quantidade destas casas, todas neste tempo estavaõ cheias de trigo, centeio (…), entre as quaes havia huma casa, em que estavaõ quarenta & seis barris de polvora, que tinhaõ vindo de Flandres para se venderem em Portugal. Puzeraõ fogo em hum delles, naõ se sabe como se succedeu o caso ; ».[20]
« O trigo era um dos mais rentaveis negocios. Do Norte e do Mediterraneo chagavam a Lisboa veleiros carregados de cereal. Descarregavam no Terreiro do Trigo e também em armazens de particulares, alguns de grandes portes, com os da Pampulha e de Porto Santo ».[21]
6) no reinado de D. Sebastião (1554-1578), a região da Pampulha continou como um grande bairro (1575 a 1578).[22]
7) em 1578, ela é mencionada como uma área importante para a nobreza, como aparece na na relação de nobres que lutaram junto ao rei D. Sebastião : Dom Luiz de Menezes e Dom Francisco de Menezes, filhos de Dom Francisco de Menezes da Pampulha (in Diogo Barbosa Machado).
8) a Pampulha será também a dos « Conventos e mosteiros e uma estrada de Lisboa à Alcântara », o chamado « Caminho de Lisboa à Ponte de Alcântara. – a entrada ou caminho que na Lisboa quinhentista começava nas Portas da cidade chamadas de Santa Catarina. até ao sito de Alcàntara, estava semeada, desde o século XVI, com uma sucessão de casas religiosas regulares, algumas quase contíguas, (…). O traçado dessa estrada, que tinha origem nas Portas de Santa Catarina (actual Largo do Chiado), era pelas actuais Rua do Loreto, Calçada do Combro, Rua do Poço dos Negros, e atravessava o vale de S. Bento no começo inferior, onde deve ter existido uma ponte, da qual todavia não há vestígios nem tradição. Daqui seguia pela Rua da Esperança, Rua das Janelas Verdes, Rua Presidente Arriaga, Calçada da Pampulha, Rua do Sacramento a Alcântara, Praça da Armada, Rua do Prior do Crato, até à. Ponte de Alcântara.[23]
1581 – estabelecimento da Ordem dos Carmelitas Descalços em Lisboa ; o lugar é escolhido por ser um «sitio en la parte Occidental de la Ciudad, que llaman la Panpulla, algo separada entonces de la vezindad ». O relato é efetuado em 1644, pelo espanhol Francisco de Santa Maria (Reforma de los Descalzos de Nuestra Señora del Carmen de la primitiva Observancia hecha por Santa Teresa de Jesus... ; tomo primero, Livro V, Cap XXIV, p.832, disponível na web). A tradução para o francês do mesmo relato, publicada em 1666, por R. P. Gabriel de La Croix (Histoire générale [seconde partie de l'histoire générale] des Carmes déchaussés), o nome da região está traduzida como PAMPOUILLE.[24]
Numa outra perspectiva da história da Ordem dos Carmelitas Descalços, em conjunto com a Reforma Teresiana em Portugal, citamos :
« Encontrada casa na Pampulha, não longe de Belém, fora de Lisboa, numa bonita proeminência sobre o Tejo, para aí se transladaram no dia 14 de Outubro de 1581 [fundado pelo Padre italiano Ambrósio Mariano]. (…). Por deferência para com o rei [Felipe II da Espanha que depois da guerra assume o trono de Portugal como Felipe I] que tão benévolo foi para com os Carmelitas, colocou-se a nova fundação sob a invocação [padroeiro do convento] de São Filipe, que mais tarde mudaria [em 1604 para Mãe de Deus, pela autonomia portuguesa]. Foi neste convento que em 1585 o P. Jerónimo Gracián congregou o Capítulo da descalcez (…). Por esta altura chegaram a Lisboa São João da Cruz e outros Carmelitas ilustres dos primeiros tempos da Reforma. Por falta de acordo entre a comunidade e os proprietários da casa, Francisco Campos de Távora e sua mulher Milícia Ribeira (…), os Carmelitas tiveram que se transladar para umas casas, não longe, (…). Destas casas contemplavam-se muito belas vistas para o Tejo e bonitas paisagens na sua ribeira esquerda. (…) início à construção dum novo convento não muito longe dali, na rua das Janelas Verdes, mas sem as vistas do convento primitivo de São Filipe. A 27 de Setembro de 1606 foi colocada a primeira pedra e para aqui se transladaram no dia 3 de Maio de 1611, (…). O novo convento tomou como título Nossa Senhora dos Remédios. (...). O lugar onde se encontrava o convento era bastante solitário, mas ao pouco tempo tornou-se central e a rua uma das artérias mais bonitas destes bairros de Lisboa que dista poucos metros da Igreja de Santos o Velho e também muito perto do convento das Carmelitas Descalças de santo Alberto. A Igreja foi inaugurada na Páscoa de 1613 (…).[25]
1594 – chegada da Ordem dos Cartuxos (frades de São Bruno) à Pampulha, a uma travessa, que atualmente se chama travessa dos Brunos - construção de uma capela nas casas doadas por Dom Jerónimo de Ataíde, capelão-mor de Filipe I de Portugal e bispo de Viseu, filho dos Condes de Castanheira. Os frades foram transferidos em 1598 para uma quinta em Laveira (Concelho de Oeiras-Lisboa), deixada em testamento, após o falecimento de sua proprietária a rica e nobre negra Dona Simoa Godinho, natural da Ilha de São Tomé e Príncipe. [26]
A importância da instalação dos Frades Brunos em Lisboa revela-nos, em muito, dados históricos acerca do bairro da Pampulha. Por esse motivo, citamos trechos do relato sobre a Ordem dos Cartuxos em Laveiras, realizada por Joaquim Gusmão (op.cit.).
No século XVI, na Calçada da Pampulha (freguesia de Santos-o-Velho) foi aqui que existiu um hospício pertencente aos monges cartuxos, em sua estada na travessa dos Brunos, um lugar de passagem oferecido por D. Jerónimo. Descrição do edifício:  « Merece apontamento essa casebre vestusto, amerelo, que marca a sua situação primitiva, saindo fora do alinhamento até ocupar parte da travessa (…). » (apud Araujo « Perigrinações em Lisboa », 1939). « Construída uma capela para adptar melhor as instalações do oficio divino, à Pampulha, continuava a ser inadequada por faltar aquele lugar especial, tão necessários aos monges (…). »; de significação espiritual, a reclusão (o deserto), e o espaço. Precisavam « (…) alargar co claustro e o muro para além do edifício conventual, e a Pampulha não tinha condições para coabitarem essas duas existências. » Visto que, « (…) as metamorfoses do tempo e da doidice que parecia tomar-se das gentes do burgo e o que era aquele bairro que queria ser ja cidade ». Mas portanto, « Nessa altura as muralhas fernandinas foram empuradas mais além e o que existia da cidade primitiva tinha sido alargado vinte vezes. (…) As redondezas queriam ser cidades e Lisboa contava já com trinta e cinco freguesias. É nesta época que se constrói o mosteiro dos Jerónimos, a torre de Belém e o formigueiro quinhentista se expande, tanto a ocidente como a oriente. Ora a Pampulha, embora sendo apenas um sítio (apud Gomes de Brito, 1935), em finais do século XVI, apertava-se netre a urbe e era caminho de passagem de todas essas loucuras (…). »[27]
1629 – Fundação do Convento-Hospital de São João de Deus à Pampulha (rua das Janelas Verdes) – Ordem dos Irmão Hospitaleiros – importância histórica do edifícil e do conjunto decorativo para a azulejaria de Lisboa: « (…) não se comparando com as representações históricas da vida e obra do Santo, existente no átrio do Convento-Hospital de Lisboa, sito na Rua das Janelas Verdes, à Pampulha, em Lisboa. Aqui, deparamo-nos com um valioso conjunto artístico, o qual pode ser dividido em três grupos distintos: o átrio já referido, as escadarias e corredores e o revestimento da varanda nobre, voltada ao Tejo. Os autores das gravuras são Pedro de Villafranca, Juan de Noort e Herman Panneels ».[28]
9) em 1636, « Gomes de Brito referiu que já Pampulha surge num Assento da Vereação (do ano mencionado): Nas travessas que há do Corpo Santo até á Pampulha».[29]
10) em 1676, há a indicação da existência de um lisboeta mestre de obras, originário do bairro da Pampulha, e que trabalhou na construção de um « convento com a frente voltada para rua dos Oleiros (hoje de Santo António), desenho do arquitecto sargentomor João Rodrigues Mouro, e o mestre : Manuel Francisco, o Pombo ».[30]
« Por despacho do "Desembargo do Paço" de 22.11.1681 e alvará de 2 de Dezembro do mesmo ano, o Príncipe Regente «D. PEDRO» autoriza «D.LUÍSA DE TÁVORA» a que "o seu RECOLHIMENTO DA CONCEIÇÃO fosse Convento de Religiosas professas das CARMELITAS DESCALÇAS", sendo expressamente dito no mesmo alvará "de que não teria efeito esta fundação senão depois de feito a fábrica do Convento e posto ele com todas as oficinas em perfeição". Assim, na noite de 7 de Dezembro de 1681, saíram do «CONVENTO DE SANTO ALBERTO» à Pampulha, onde se tinham reunido, dando entrada no novo edifício »[31]
11) e até o ano de 1710, quando da construção do Convento do Sacramento, a Pampulha ainda é mencionada como um bairro.
1719 - Convento de São Francisco de Paula / Igreja Paroquial de São Francisco de Paula / Igreja de São Francisco de Paula – « fundação do hospício, por acção de Frei Ascenso Vaquero, em terrenos doados pelo marquês das Minas, D. António Luís de Sousa (1644-1721); (1648, doação dos bens de D. Ana de Lima aos Padres de São Francisco de Paula) - 1752, autorização do rei D. José para que os frades adquirissem duas casas contíguas ao hospício para ampliarem o edifício; 1753 - a igreja teria a capela-mor concluída; alvará de D. José, confirmando a rainha Mariana Vitória como principal patrona da obra do novo hospício; 14 agosto - o hospício foi elevado a convento, por alvará régio; 1754 - reforma do hospício e instituição de convento regular; aquisição de terrenos anexos para ampliar o convento ».).[32]
12) « Os arredores de Lisboa dispunham de numerosos portos cuja localização se encontra, na generalidade, actualmente envolvida, ou sepultada, pela expansão urbana. No século XVIII, um levantamento dos portos fluviais enumera os topónimos associados a portos, de ocidente para oriente, entre os quais, Pedrouços, Junqueira, Santo Amaro, Alcântara, Pampulha (…) ».[33]
1724-1727 - Período joanino (1700-1755) – melhoramentos em vários caminhos, visando o embelezamento e a modernização da capital, « importantes transformações urbanas verificadas, referiu-se Freire de Oliveira, incluindo aberturas de novas ruas e a construção de novos palácios, associados ao processo de expansão de desenvolvimentos das areas limítrofes : a ocidente - da Pampulha a Belém (…) »[34]. A questão do aumento populacional da Pampulha até Belém, durante o periodo joanino (veja-se o ano de 1731) é reiteirada por Adélia Carreira, em seu outro texto « Lisboa de 1731 a 1833, da desordem à ordem no espaço urbano », a partir ainda das reflexões efetuadas por Freire de Oliveira.[35]
13) 1730 – série de impressos destinados à Literatura de Cordel que descrevem grupos urbanos de rapazes à Pampulha. « Bairro Alto em luta contra os da Pampulha (à Mandragoa), sendo o território das pedradas a Cotovia».[36]
14) 1755 – Transferência de doentes do único hospital militar da Corte, Hospital da N. S. da Conceição do Castelo, arruinado depois do sismo, para o Convento de São João de Deus à Pampulha.[37] (isso até 1802).
15) 1777 – é nome de praça – « (…) Marquez (de Pombal) tinha mandado abrir do chafariz da Nova Praça da Pampulha para as suas casas das Janellas Verdes»; e «a água da rua Formosa ».[38]
16) Nomes de fidalgos moradores na Pampulha no Reinado de D. Maria I (1777 a 1834) « Residências de membros da Nobreza e burguesia no reinado de D. Maria I » : Dom José de Assis Mascarenhas (IV Conde de Obidos) e Dom Luiz de Souza Coutinho Monteiro Paym (II Conde de Alva).[39]
17) « Em 1786, na Relação Universal figura este arruamento ora como Rua Fresca da Pampulha, ora como Rua Direita da Pampulha ». (Site Toponímia)
18) e ainda, segundo relatos, a «Pampulha, (…) no século XVIII [era viveiro] de bruxas: o peixe que as pampulheiras vendiam, sobretudo os safios, não se podia comprar por causa dos feitiços. » Júlio DantasO Amor em Portugal no século XVIII, 1916 (págs. 245-250).[40]
19) 1815 – « OFÍCIOS (minutas) do [secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar e governador do Reino], D. Miguel Pereira Forjaz ao [inspetor interino do Arsenal Real da Marinha], Carlos May que o escaler do Arsenal estivesse a tempo nas escadas da Pampulha, para servir ao embaixador da Inglaterra, Mr. Canning ».[41]
1816 – « REQUERIMENTO ao [secretário de Marinha e Ultramar, D. Miguel Pereira Forjaz Coutinho] (…), do cidadão inglês João Hegcoch, que já construíra pontes e outras obras em Lisboa, solicitando exclusividade para edificar um dique na Ladeira da Pampulha, pois tinha sido informado que esse privilégio seria da Junta do Comércio ».[42]
1818 e 1857, e como Calçada, a Pampulha aparece no Itinerário lisbonense, e posteriormente no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque, nas datas respectivas. (Site Toponímia de Lisboa).
1818 – « CONSULTAS da Real Junta da Fazenda da Marinha ao príncipe regente [D.João], sobre o : o termo de arrendamento da caldeira da Pampulha feito por Joaquim dos Ramos com o falecido José Maria de Moura, pelo prazo de dois anos ».[43]
1819 – OFICIO – « do [inspector do Arsenal Real da Marinha] Carlos [Félix Geraldes] May ao [secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar] Joaquim José Monteiro Torres, sobre o arrendamento da Caldeira da Pampulha feito a João Fletcher ».[44]
1823 – REQUERIMENTO – « de João Fletcher, também ao rei [D. João VI] solicitando empréstimo da doca da Pampulha, do Arsenal da Marinha [em Lisboa] para fazer experiências com novos maquinismos de barcos. »[45]
1825 - REQUERIMENTO « à princesa regente [D. Isabel Maria] de João Fletcher, solicitando nova vistoria à caldeira da Pampulha, que arrendou, para que não seja tida em conta a nova citação do auditor da Marinha ».[46]
1830 – Travessa dos Brunos como parte integrante do sítio da Pampulha – informação do jornal : Gazeta de Lisboa.
1833 – como cais - Na Chronica Cosntitucional de Lisboa consta a reportagem acerca da familia real e seu embarque para o Paço das Necessidade : « (…) de sua Magestade Imperial a Senhora Duqueza de Bragança, e desembarcarrão ao caes da Pampulha, donde vieram de carruagem da Casa para o Paço das Necessidades. »[47]
1834 - OFÍCIO - o primeiro, do [secretário de Estado da Fazenda], José da Silva Carvalho ao secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar, Francisco Simões Margiochi solicitando que sejam remetidos ao Tesouro Público, os papéis relativos às dívidas de João Fletcher, provenientes do arrendamento da Caldeira da Pampulha ».[48]
1836 – « A pretexto de reunir o Conselho de Estado a corte transferiu-se do Palácio das Necessidades para Belém e fez um apelo aos partidários da Carta. Agostinho José Freire foi assassinado na Calçada da Pampulha, quando se dirigia para a reunião. O marquês de Valença foi nomeado presidente do novo Governo, não tendo nunca entrado em funções, e que ficou conhecido pelo gabinete dos mortos. »[49]
20) Contudo, em 1870, « ainda é referida a denominação genérica da zona, numa planta da Praia da Pampulha ».[50]
21) Mas, a partir da segunda metade do século XIX, ganha certa relevância como zona industrial :
1875 – Fábrica de Moagem a vapor da Pampulha de « Belos & Formigais » (de João de Brito).[51]
Década de 1870 - tendo a existência da primeira fábrica de bolachas em Portugal « Fábrica de Bolachas da Pampulha », fundada por Eduardo Costa na década de 1870. Mais adiante há ilustrações de seus anúncios:




Calçada da Pampulha (antes da construção do viaduto sobre a Av. Infante Santo, então inexistente) in http://tlimtlimxabregas.blogs.sapo.pt/12281.html


Imagem actual da Calçada da Pampulha-Lisboa


Anúncio publicitário no Porto. Este da « Fábrica de Bolachas e Biscoitos da Pampulha, em Lisboa, que tinha na altura um depósito no Porto na Rua D. Pedro, nº 143 a 147 » in http://garfadasonline.blogspot.de/2014/03/as-bolachas-garrett.html



OBSERVAÇÕES –
Amália Rodrigues (1920-1999), em 1933, emprega-se nas Fábricas de bolos da Pampulha.
Encontrou-se a referência de Pampulha como uma comarca de Coimbra em 1668 :
« Alvará a Manuel Rodrigues, natural da Pampulha, comarca de Coimbra, filho de Simão Rodrigues, do fôro de buscante com 406 réis de moradia por mês, na vaga de Lázaro de Melo. — De 28 de Maio de 1668. 397 v » in Inventário dos livros de matrícula dos moradores da casa rial. Arquivo Nacional - Torre do Tombo (volume ii 1640 a 1744) Lisboa: Imprensa Nacional ; 1917 ; disponível em: https://archive.org/stream/inventariodosli02arqu/inventariodosli02arqu_djvu.txt

Há um outro indício da existência de Manuel Rodrigues, com o mesmo nome de  pai, sendo sua genitora, Catharina Diaz. Entretando, este é padre (1642) e é de Viana do Alvito da Província de Trastagana. Ver : Diogo Barbosa Machado, Bibliotheca lusitana historica, critica, e cronologica, 1752, Volume 3, p.356
Para ter uma idéia das diferentes grafias do nome Pampulha em Lisboa, no caso para Pampolha, isso, ramente ocorrendo, mas que de alguma forma existiu, citamos :
1)    A região « das Necessidades comprehendía as freguezias de Pedro em Alcântara e de Santos, com as ruas da Torre da Pólvora, da Cova da Moura, do Sacramento, da Pampolha, de João de Deus, do Olival, da Arriaga, de S. Francisco de Borja, do Conde, de S. Domingos, da Santissima Trindade, o Noronha, de São João da Mata, das Janelas Verdes, (…). In SORIANO, Simão. Historia da Guerra Civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal, comprehedendo a historia diplomatica, militar e politica d'este reino desde 1777 até 1834. Lisboa, 1870.[52]
Em 1834, há uma querela entre um sujeito alemão, Henrique Krussi, contra o português, José Antonio Rodrigues, morador da Pampulha-Lisboa, pois este herdou a fortuna do alemão João Bauer. (informações de um jornal brasileiro. In Hemeroteca da Biblioteca Nacional brasileira).
GASOMETRO DA PAMPULHA – a sociedade, « Companhias Reunidas de Gás e Electricidade », CRGE constitui-se em 1891 para produzir e distribuir gás e electricidade em Lisboa. Portanto, essa « toma posse de todas as instalações de produção e distribuição de gás existentes à data da sua constituição : as fábricas de gás da Boa Vista e de Belém, os gasómetros da Pampumha »[53] etc.
Ainda sobre a importância atual da zona da Pampulha, pode-se citar :
A Revolta de fevereiro de 1927 : « Américo Vicente, sindicalista anarquista, membro da Juventude da CGT, um dos civis concentrados junto ao Quartel dos Marinheiros de Alcântara, que integraram a coluna comandada por Agatão Lança, relata, num depoimento inédito 15, filmado 60 anos depois dos acontecimentos, a progressão desta força. “(…) eu fazia parte dos grupos civis de preparação da revolução de Fevereiro (…) Viemos depois em direcção ao Largo do Rato já com a Guarda Republicana do quartel da Pampulha, que era comandada pelo Coronel Mendes dos Reis, [líder da Junta Revolucionária de Lisboa] ».[54] O Quartel da Pampulha (antigo convento-hospital de São João de Deus) e do actual Comando de Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Republicana.
o site CIDADANIA LX - blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto que tenta fazer algo de cidadania pelo « Gabinete-historico-e-cultural-pampulha »:
«A Pampulha é um local de Lisboa com largas tradições culturais e vivenciais, onde muitos nasceram e mantêm intensos laços familiares ou emocionais.
Este blogue surge como uma oportunidade de partilha de recordações, de experiências e de solidariedade entre todos aqueles que de alguma forma se identificam com este local tão especial da cidade de Lisboa. Pretende ainda servir de apoio a quem necessite de informações ou de ajuda de carácter cultural ou social. Deve também contribuir para a divulgação da Pampulha e para a solução dos seus problemas urbanos. [...]» Publicada por Paulo Ferrero.[55]
Talvez nesse sentido acima que, o Serviço de Turismo de Portugal, secção : Lisboa, indica a seguinte rota a realizar: « Continue pela Calçada da Pampulha até à Rua das Janelas Verdes: de um lado, o Chafariz Monumental no Largo Dr. José Figueiredo e do outro o Museu Nacional de Arte Antiga. Ao lado, no Jardim de 9 de Abril, observe o Tejo e o seu porto. Em frente ao jardim está o Palácio da Cruz Vermelha e as escadarias de acesso à Av. 24 de Julho ».[56]
Para além disso, há o « Centro Comunitário da Pampulha » (da freguesia dos Prazeres) à Rua Maestro António Taborda, 49 – R/C

FOTOS ATUAIS DA CALÇADA DA PAMPULHA :
(Todas as fotos abaixo foram por mim realizadas no mês de julho de 2015)
1a. Imagem - Vista da entrada da Calçada pelo fim da Rua do Sacramento à Alcântara :



2a. Imagem - Do encontro da Av. Infante Santo com a Calçada, em baixo passa o viaduto da Pampulha :



3a. Imagem - O mesmo encontro numa panorânica da entrada da Calçada :



4a. Imagem - Entrada da Calçada em seul ado direito. Vê-se bem o desnível da rua com a calçada no lado do prédio:






5a. Imagem - Vista da entrada da Calçada pelo seu lado esquedo. Pode novamente observar o disnível entra a rua e a calçada :


6a. Imagem – Do final da Calçada econtrando pela direita a Travessa dos Brunos e em linda reta (a esquerda) o início da rua Presidente Arriaga :



7a. Imagem – O final da Calçada vista do ângulo da entrada da rua Presidente Arriaga, com as intervenções artísticas urbanas que há na rua com a travessa dos Brunos :



8a Imagem – Da presidente Arriaga vê-se o fim e o começo da Calçada da Pampulha :





III.1 Alguns membros da familia PAMPULHA em Lisboa antiga
Manuel do Nascimento, natural da Ilha de São Miguel (Açores), casa-se em Lisboa em 1752, e teve como filho Simão do Nascimento, nascido em Lisboa em 1770, este casa-se em 1790 com Felicia Cecilia, tendo como filho José do Nascimento PAMPULHA, o qual casa-se com Violante Rosa, tendo como filho José Pedro Pampulha, pai de :[57]
Raúl Ribeiro Pampulha – nascimento 17/12/1882 - Filiação: José Pedro Pampulha e Maria Teodora Pampulha – Lisboa - freguesia de Benfica. Foi preso politico. Preso pela SPS em 20/4/1937. Casado com Maria Rosa de Araujo, pai de Lidia de Araujo Pampulha (informações fornecidas por Luís Miguel Carvalho Ramos, neto de Raúl Ribeiro Pampulha).
Fernando Pampulha – jornalista, tradudor lisboeta dos anos 30 (até anos 60) traduziu H G Welles (ver pequena informação sobre este jornalista no site : http://www.truca.pt/historias_materail/historias10.html)[58]


IV. PAMPULHA no BRASIL
No Brasil o termo Pampulha pode ser encontrado nos jornais do séxulo XIX (digitalizados pela Bliblioteca Nacional). Assim vamos verificar que o termo está relacionado a : um cais e rua em Niterói e uma localidade no Rio de Janeiro, todos esses desaparecidos.
No Rio de Janeiro, o nome Pampulha foi a denominação de um posto de guarda e registro da coroa portuguesa, situado no chamado « caminho do Mar da Espanha », que controlava a saída de ouro de Minas e a entrada no Rio de Janeiro. O posto situava-se próximo do antigo Arraial de Sebolas (ou Cebolas – actual: Inconfidência, município de Paraíba do Sul), no século XVIII. Ainda há vestígios históricos deste sítio na citada área, mas sem ser reconhecido com esse nome[59]. (Ver : Vale dos Calçados, blog)
Até no século XIX, essa região fluminse, próxima do Mar da Espanha (Minas Gerias), não apenas concentra o citado posto da guarda (ou uma localidade ?), mas uma fazenda : Pampulha, produdora de açúcar e café (1872)[60]. Esta fazenda fazia parte de um latifúndio (engenho), denominado Secretário (o qual possuía uma estrada denominada também « do Secretário »), de propriedade do capitão José Manoel Rodrigues Caldas, no meio do caminho para o Mar de Espanha, e é bem citado por viajantes que empreendeiram o reconhecimento da região, tais como : Johanan Emammuel Polil que descreve a região próxima ao rio Paraíba ; assim Pampulha é uma localidade, em 1817-1821. Para o viajante Auguste Sainte Hilaire (1816-1822) no vale do Paraíba, a localidade chama-se Boa Vista da Pampulha.[61] O Viajante Josiah Conder em The Modern Traveller: A Popular Description, Geographical, Historical and topographical, 1830 (Volume 4), descreve também essa área do Paraíba (1817), porém na obra em inglês e na tradução francesa, Pampulha é PAMPULIA.
Tais informações sobre Pampulha como uma localidade (ou povoamento no Rio no município de Paraiba do Sul) é confirmada, nos jornais da época (1826) que a descrevem como um lugar que ficava justamente na estrada Normal da Estrella (antiga do Proença ou parte da estrada da União e Indústria, a actual rodovia RJ107), esta ligava às localidades de Corrego Seco (actual Petropolis), Vila das Sebolas, etc.
O mais famoso sítio no Brasil com o nome Pampulha é o de Belo Horizonte. Antigamente tratava-se de um povoado (ou fazenda) do Estado de Minas Geraes, na freguesia do Curral d'EI-Rei, XVIII e XIX*. No fim dos anos 1930, era conhecido como a lagoa da Pampulha, que era então reservatório de água da cidade, e « hoje é um dos cartões postais e região turística da capital mineira moderna. Com o entorno arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer ».
A origem do nome em Belo Horizonte tem duas versões, « Uma delas seria a referência a um bairro de Lisboa, com o nome de Pampulha, e os portugueses que vieram para Belo Horizonte antes da inauguração da cidade projetada para ser capital de Minas Gerais deram o mesmo nome para a região ».[62] Ou seja século XVIII.
Outra versão é a implantação da barragem e de um reservatório de água, que abasteceria a cidade, fins dos anos 30. O nome Pampulha significaria por esse motivo então “campo de pedra”.
OBS :
(*) Além desses dados, existe a denominação de Pampulha para dois ribeirões : um no Estado do Rio de Janeiro, afluente do rio Fagundes, que é do Piabanha, oeste do Parahyba ; e outro ribeirão no Estado de Minas Geraes, no município de Sabará (Diccionario Geographico do Brazil — 3 vols, Santos (impressões de viagem); Campinas (impressões de viagem). In : Noções de Historia Universal adptadas ao programma de 1894, 3 edição, 1 vol.
Na cidade de Taboão dos Guararapes, região metropolitana de Recife – Pernambuco, há uma rua que se chama : Rua Manuel Pampulha.
No estado do Amazônas há a localidade de « São José do Pampolha » no setor Canaçari- Município de Silves.

IV.1 Nomes de Pessoas no Brasil (XVIII e XIX) com o sobrenome PAMPULHA :
José Francisco Pampulha, « homem do século XVIII, casado com Joana, nasc. cerca de 1770 » (Rio de Janeiro).[63]

Manoel Francisco Pampulha – de 27 anos, negociante vindo da Ilha de São Miguel, chega ao porto do Rio de Janeiro indo para a Bahia, em 1809[64]



José dos Santos Pampulha – Vila Real da Praia Grande (Niteroi - Rio de Janeiro), em 1823.  « Rua do Pampulha, atual Guilherme Briggs, cuja denominação original é devida ao empreiteiro José dos Santos Pampulha seu morador »[65]



Antonio Pedro Pampulha – ajudou com aves para a obra da igreja de Nossa Senhora do Destrerro, distrito de Abaité (Estado do Pará) 1854




Antonio Pires Pampulha – fazendeiro da Ribeira (ou Ribanceira), distrito de Bujarú-PA, citado nos jornais a partir de 1860, ilustração abaixo de 1869



Severiano Antonio Rodrigues Pampulha – estudante do Lyceu Paraense – exames públicos de língua Francesa, em 1861 (ilustração abaixo) – e já professor particular de língua, em 1868.




Manoel Rodrigues Pampulha – 3o suplente do delegado em Benfica, provalmente Manoel nasceu em 1825 – é casado com Leopoldina Thomazia d’Abreu Pampulha, pai de Severiano, informações sobre o mesmo a partir de 1868. Conforme o exemplo abaixo.



José Francisco Pampulha, casado com Maria Ignacia da Conceição, ambos foram padrinhos de Manoel Vasconcellos Lopes da Cruz, na cidade de São João da Barra – Rio de Janeiro, batizado em 28/01/1878.[66]

Abaixo uma ilustração de como a grafia do sobrenome Pampulha vai variar nos jornais brasileiros do século XIX, para Pampolha, Pampôlha ou Pampoulha, no exemplo a seguir, como a grafia do francês provençal :



Observação gerais sobre a pequisa no banco de dados da Hemeroteca da Biblioteca Nacional :

Os períodos para a pesquisa no campo de dados da Hemeroteca são :

1830-1839 – há sete (7) indícios de Pampulha e zero (0) para Pampolha e demais grafias – Todos esses indícios referem-se ao logradouro de Lisboa e um (1) a nome de familia José dos Santos Pampulha (1823).
1840-1849 – sete indícios (7) para Pampulha e zero (0) para as demais grafias – referem-se às localidades do Vale da Paraíba, rua em Niterói e em Lisboa.
1850-1859 – 262 para Pampulhas – localidades em Lisboa, Niterói, Vale do Paraíba (uma freguezia de Cebolas), desses, dois sendo nomes de pessoas : em 1854 - Antonio Pedro Pampulha (Produtor que ajudou as obras da Igreja em Abaité/Pará) e Pedro Pampulha, paraense de 20 anos que morre no Rio de Janeiro, em 1858.
1860-1869 – 244 para Pampulha que referem-se ainda à localidades, mais sendo cinco desses nomes de familia : Severiano Antonio Rodrigues Pampulha (aluno do Liceu Paraense), em 1861 e 1869 ; Manuel Rodrigues Pampulha (terceiro sub-delegado em Benfica-Pará) em 1868 e 1869 ; Antonio Pires Pampulha, em 1869 (fazendeiro de arroz, etc. em Bujaru-Pará) – E 18 (dezoito) indíces para nomes da familia Pampolha (Pampôlha ou Pampoulha) : Antonio Pires Pampolha (fazendeiro de Bujaru, enterrou seu escravo no Cemitério da Soledade em Belém-Pará) em 1860 ; Severiano Antonio Pampôlha (professor de línguas) em 1969.
A partir da década de 1870-1879 há muitas indicações da familia Pampolha (parece que a grafia estabiliza-se de um certo modo), por isso não colocamos os dados. Contudo, para evidenciar a continuação de certos sujeitos e o parecimento de outras relações de familias, podemos mencionar que o fazendeiro Antonio Pires Pampulha e citado até 1872, e que nos jornais deste ano aparece Joaquim Ferreira Pampulha (como participante do Corpos da Polícia do Pará), ambos são relacionados, pois moram na mesma casa, num inquerito da Justiça do Pará (1872) acerca da libertação de um escravo de Antonio Pires.[67] No mesma década aparece a indicação de Antonio da Silveira Pampulha (1876) morador na travessa do Príncipe em Belém-Pará, mesma rua em que habita Manoel Rodrigues Pampulha e sua familia. Neste mesmo ano de 1876, os filhos de Manoel escrevem uma carta pública nos jornais de Belém, em defesa de seu pai, acusado de receber dinheiro ilicitamente da Prefeitura da capital. Manoel Rodrigues Pampulha Junior (que parecerá citado nos jornais e Severiano Antonio são grafados como PAMPULHA.

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[1] NUNES, António Mendes, publicado em 5 de Agosto de 2009 no Jornal i). Disponível em: http://institutovazserra-antigosalunos.blogspot.de/2009/08/de-pimpolho-pampulha.html. O sítio « Arco do Cego » é um bairro da cidade de Lisboa, localizado na antiga Freguesia de São João de Deus, atualmente, é da Freguesia do Areeiro. Contudo, como trata-se de uma área muito mais larga, é bem utilizada pela juventude e estudantes lisboeta; (Negritos meus).
[2] Cf. TOPONIMIA de Lisboa. Disponível em : https://toponimialisboa.wordpress.com/2014/11/06/calcada-da-pampulha/.
[3] Idem.
[4] Cf.NUNES, op.cit.
[5] LINK et alli, disponível : http://www.floramontiberica.org/Bouteloua/MB_09_Anthemideas_2010.pdf. Há uma contradição acerca dos termos para conceitualização dos nomes populares de certas plantas, com relação às palavras pampolhas. Por exemplo, enquando estas são em princípio as ervas de crisântemos, elas podem também indicar a « A Hibiscus sabdariffa L., da família Malvaceae, de nome popular rosela, é originária da Índia, do Sudão e da Malásia, sendo posteriormente levada para a África Oriental e países da América Central. Apresenta as sinonímias populares de azedinha, azeda-da-guiné, caruru-azedo, caruru-da-guiné, cha-da-jamaica, pampolha, pampulha, papoula, papoula-de-duas-cores, quiabeiro-azedo, quiabo-azedo, quiabo-de-angola, quiabo-róseo, quiabo-roxo, rosélia e vinagreira » in : Natanael Takeo Yamamoto et alli, « Desenvolvimento de (Hibiscus sabdariffa L.) Cultivadas em Diferentes Substratos ». Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 771-773, jul. 2007.
[6] Revista Bouteloua 9, op.cit.
[7] APULIANS, Disponível em : http://www.apulians.com/old/vino.php?lin=po
[8] CF. http://origemdapalavra.com.br/site/pergunta/pergunta-29/
[9] TOPONIMIA de Lisboa, op.cit.
[10] COTTA, Disponível em:
https://books.google.de/books?id=JkdEAAAAcAAJ&pg=PA469&lpg=PA469&dq=%22pampulia%22&source=bl&ots=6jEyPGFhiy&sig=8LI9vO2RA8CBZm07lt7ujMRbaJY&hl=de&sa=X&ei=LwNOVYGEDYG5sAGmuIGQAw&ved=0CDsQ6AEwBTge#v=onepage&q=pampulia&f=false
[11] Tradução livre do italiano. O texto original completo está no site indicado. Contudo, menciono aqui o final do texto que é o mais interessante : « E soffermiamoci sull’etimologia di pampuglia, etimologia non tranquillissima; un tempo si congetturò un neutro plurale tardo latino fabulía = favuli, gambi delle fave, che dopo la raccolta venivano estirpati, adeguatamente seccati ed usati per alimentare, tal quali le pampuglie lignee, i forni domestici; la seconda ipotesi, che a mio avviso mi pare un po’ più percorribile si rifà ad un latino regionale: pampulia forgiata su un pampus forma sincopata di pampinus che è propriamente il pampino: tralcio di vite vestito di foglie, tralcio che se improduttivo viene resecato e destinato al fuoco »
[12] BRACALE, disponível em: http://www.dialettando.com/articoli/detail_new.lasso?id=9296
[13] Essa Imagem é de Sérgio Dias retirada do site TOPONIMIA. Disponível em : https://toponimialisboa.wordpress.com/2014/11/06/calcada-da-pampulha/
[14] Além do blog « Vale do Calçado » sobre assunto, ver também : Antonio Maria Romeiro Carvalho, « Pelourinho da beira interior », p.38. In : http://www.altotejo.org/acafa/docsn6/pelourinhos_251_273.pdf
[15] José Albertino Rodrigues. Ecologia urbana de Lisboa na segunda metade de século XVI. p.107. Disponível em :
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1224255202L2oYA9wp7Ie75BW6.pdf. Há outras fontes indicando que a partir de 1521, (ano de morte de D. Manuel I), observa-se uma mudança radical dessa “extremidade sul da cidade, a margem direita, que se estende ao longo do mar”, « nas palavras de Damião de Góis, na Chronica do Sereníssimo Senhor Rei D. Manuel, com muitas obras, aterros e construção de estaleiros, metamorfoseando a zona ribeirinha num verdadeiro porto, com condições de segurança para carga, descarga, armazenamento, controlo e fiscalização das mercadorias ». Tais como : Vestígios arqueológicos de actividades portuárias in http://www.patrimoniocultural.pt/media/uploads/trabalhosdearqueologia/28/7.pdf,
[16] RODRIGUES, José Albertino, op.cit., p.107.
[17] Dados disponíveis no site : http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=30998
[18] COELHO, António Borges. Na esfera do mundo - Historia de Portugal IV. Alfragide : Editorial Caminho, 2013. Disponível: https://books.google.de/books?id=8WzyAAAAQBAJ&pg=PT202&lpg=PT202&dq=%22pampulha%22+historia+lisboa+portugal&source=bl&ots=1Vnc5JkM47&sig=e8ejfXEj0EMYhulCAljaN1Wj5q0&hl=fr&sa=X&ved=0CEcQ6AEwBWoVChMI1rOzgNLOyAIVy7UUCh1zjQjK#v=onepage&q=%22pampulha%22%20historia%20lisboa%20portugal&f=false
[19] MACHADO, Diogo Barbosa. Memórias para a Historia del Rey D. Sebastião. Parte IV Livro I Cap X (pp.84-85) ; escritas em 1751. Disponível em:
https://books.google.de/books?id=e0QOAAAAQAAJ&pg=PA84&lpg=PA84&dq=%22pampulha%22+historia+lisboa+portugal&source=bl&ots=_C1e2GQYu7&sig=mte4pTlGL21_lJLb_2Ph0JzOtbU&hl=fr&sa=X&ved=0CF0Q6AEwCGoVChMI1rOzgNLOyAIVy7UUCh1zjQjK#
[20] Frei benedictino Manoel dos Santos. Historia sebastica: contém a vida do augusto principe o Senhor D. Sebastiaõ, Rey de Portugal. 1734. Livro II, Cap. XXIX, p. 349. Disponível :
https://books.google.de/books?id=lB0AmtQiuZgC&pg=PA349&lpg=PA349&dq=%22Pampulha%22+lisboa+portugal+historia&source=bl&ots=E_gTDDK4qZ&sig=jz-XsIzoTIovM4p3CXOVnUn3LGA&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CCUQ6AEwAzgUahUKEwj82Ozr89HIAhUGkywKHTh0CMc#v=onepage&q=%22Pampulha%22%20lisboa%20portugal%20historia&f=false
[21]COELHO, OS filipes Historia de Poertugal - Volume V https://books.google.de/books?id=tnxyCQAAQBAJ&pg=PT69&lpg=PT69&dq=%22pampulha%22+historia+lisboa+portugal&source=bl&ots=59ihXDQKCn&sig=lO8xFJ_ySvZJQKPYScsTCGRtF_I&hl=fr&sa=X&ved=0CD4Q6AEwBTgKahUKEwjfovnm0M_IAhWD0hoKHbsJDyg#v=onepage&q=%22pampulha%22%20historia%20lisboa%20portugal&f=false
[22] MACHADO, op.cit.
[23] Revista Municipal de Lisboa, 1950. pp. 11-12. Disponível em :
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/RevMunicipal/N45/N45_master/N45.pdf
[24] DE LA CROIX, O texto em francês está disponível em :
https://books.google.de/books?id=DV3o5bITQ7YC&pg=PP20&lpg=PP20&dq=%22R.P.+Gabriel+de+La+Croix%22+1666&source=bl&ots=l6zv8_Pmhf&sig=uadHQfSd6827dZSWAuha5Y14HNY&hl=pt-BR&sa=X&ei=Tw1fVYTeKufIyAOmyYCgAQ&ved=0CCUQ6AEwAQ#v=onepage&q=%22R.P.%20Gabriel%20de%20La%20Croix%22%201666&f=false
[25] CARMELITAS DESCALÇOS, « Reforma Teresiana em Portugal ». Disponível em : http://www.domuscarmeli.net/ficheiros/dossier/capitulo_24Abr_ReformaOCD_Pt.pdf « Dissolvidas as ordens religiosas pelo decreto de Joaquim António de Aguiar (Mata-frades) a Igreja ainda continuou durante algum tempo aberta ao público até que acabou por ser vendida e usada para diversas necessidades. O convento, pouco tempo depois de expulsos os religiosos, foi destinado a diversos usos castrenses, já seja como depósito de guerra, já seja como quartel. Em 1872, o convento, bem como a Igreja foram postos em hasta pública e comprados pela Congregação da Igreja escocesa “Presbyteriam Church”. Mais tarde, 1898, foi adquirida por uma companhia protestante que estabeleceu no templo a conhecida “Igreja Evangélica lusitana” o que acontece ainda hoje. ».
[26] Travessa dos Brunos (freg. Prazeres): « A origem deste topónimo reside no facto de no século XVI os cartuxos de S. Bruno terem aqui uma capela e serem proprietários de umas casas. D. Jerónimo de Ataíde, (…) empenhou-se em estabelecer os brunos em Lisboa, (…). Fez a proposta ao capítulo geral e este autorizou o prior, D. Luís Telmo, da Cartuxa de Évora, a aceitar umas casas na Pampulha, oferecidas [por D. Jerónimo]. Pelo facto destas casas serem acanhadas e não terem conseguido a necessária ampliação, instalaram-se em 1598 na quinta de Laveiras » [segundo o site, situada à Rua da Palmeira, antiga estrada do Salitre]. Norberto de Araújo, "Peregrinações em Lisboa". In : http://mariomarzagaoalfacinha.blogspot.de/2009/07/vale-mais-so-que-mal-acompanhado.html. O Gabinete Histórico da Pampulha afirmar ainda existir restos arquitetônicos de uma construção que atestam a presença, do que o Gabinete chama, de Hospício dos Frades Brunos.  Disponível em : https://gabinetehistoricopampulha.wordpress.com/2014/01/20/o-hospicio-dos-frades-brunos-na-pampulha-2/. Contudo, a história da saída da Ordem da Pampulha possui sua relevância de um ponto cultural e jurídico, já que a doação da quinta de Laveiras, efetuada em testamento pela rica e nobre D. Godinho, não foi feita sem a interferência de Filipe II, do Papa Clemente VII e de uma disputa jurídica acirrada entre a Santa Casa de Misericórdia e os frades Brunos. Resolvida em 1603, recebe finalmente o documento de posse a Ordem Cartuxa. Efetuando a construção, em 1613 e 1621, do Hospício de N. S. do Vale da Misericórida de Laveiras (desativado ja foi Escola Preparatoria de Caxias e Centro Educaional Padre Antonio de Oliveira) Cf. GUSMÃO, Joaquim. A Cartuxa de Laveiras. Um roteiro Espiritual. Lisboa : Ed. Vieira da Silva, 2014. Sobre a rua dos Brunos ver também, TOPONIMIA, op.cIt.
[27] GUSMÃO, op.cit., pp. 38,40 e 204. Disponível :
https://books.google.de/books?id=POPLCQAAQBAJ&pg=PA80&lpg=PA80&dq=%22os+cartuxos%22+lisboa&source=bl&ots=MuHbljynkc&sig=4eN-JdU2Y6OIIj7XSQqUmLtiZe0&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CEwQ6AEwCWoVChMI0dH3lcnTyAIVDBQsCh2Rsw3r#v=onepage&q=urbe&f=false
[28] BORGES, Augusto Moutinho, « Azulejaria de são joão de deus em portugal, séc. XVI-XXI», p.108.
http://www.historiadamedicina.ubi.pt/cadernos_medicina/vol25-caderno-cultura.pdf. Atualmente o convento-hospital é do Comando de Brigada de Trânsito da Guarda Naciona Republicana.
[29] TOPONIMIA, op.cit.
[30] Jorge FONSECA. « Nobres e Burgueses : os mecenas e beneméritos do Convento de São João de Deus, de Montemor-o-Novo ». In : Achivo Hospitalario 2008 (6) : 407-422. Disponível em :
https://www.yumpu.com/pt/document/view/12683262/archivo-hospital-n6-2008fh11-inicio-san-juan-de-dios/3
[31] RUAS DE LISBOA, Disponível : http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.de/2011_11_01_archive.html
[32] Disponível : http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2621. Endereço desse monumento : Rua Presidente Arriaga, nº 86; Rua do Olival, n.º63. Outra referência sobre igrejas no estudado sítio : Miguel, Sidónio, Igrejas da Pampulha (São Francisco de Paula e São João de Deus), in Olisipo, nº 30 e 31, Lisboa, 1945.
[33] In : Actas do IV Colóquio Temático : "As escalas de Lisboa", organizado pela Divisão de Gestão de Arquivos Arquivo Municipal de Lisboa. Local : FORUM LISBOA - EDIFÍCIO ROMA, Lisboa, 4, 5 e 6 de Julho de 2001. Disponível em : http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/ficheiros/56/21/ficheiro2156_dkjujctqybv.pdf
[34] CARREIRA, Adélia Maria Caldas, « Evolução urbana de Lisboa antes de 1755: alargamento de ruas » (jan/jul 2014), Lisboa Joanina 1700-1755, p.22 ; in CARITA, Hélder (Coord.), disponível: http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/fotos/editor2/Cadernos/cad_2s_n1.pdf
[35] CARREIRA, op.cit. 2012, p.163. Disponível: http://run.unl.pt/handle/10362/9467. Tese de Doutoramento.
[36] CURTO, Diogo Ramado, História dos Grupos de rapazes no Antigo Regime, p.372. Disponível em : http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2843.pdf.
[37] CARREIRA, Adélia, op.cit. 2012, p.317.
[38] Referência retirada da « Apologia décima-quinta. -Sobre as machinações do Coxo das Aguas- lívres» ; sobre «a impostura do cano que o mesmo Marquez (Pombal) » mandou construir. « (…) Em uma carta familiar escripta ao Conde d'Oeiras em 30 de maio de 1777. — Copia. — (fl. 179-180) ». In INVENTARIO - SECÇÃO XIII — MANUSCRIPTOS - COLLECCÃO POMBALINA SECÇÃO, LISBOA-1889. Disponível em :
https://archive.org/stream/inventariosec00lisbuoft/inventariosec00lisbuoft_djvu.txt
[39] CARREIRA, op.cit., 2012, anexos IX.
[40] TORRE in http://torredahistoriaiberica.blogspot.de/2010/12/o-amor-em-portugal-no-seculo-xviii-os.html
[41] ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO, « Instrumento de pesquisa dos documentos manuscritos avulsos referentes ào reino existentes no arquivo ». Disponível : http://actd.iict.pt/eserv/actd:CUc076/CU-Reino.pdf
[42] Idem.
[43] Idem.
[44] Idem.
[45] Idem.
[46] Idem.
[47] « A chegada da senhora D. Maria II, rainha constitucional dos portuguezes, a sua capital de Lisboa em 23 de setembro de 1833 ». Gazeta de Lisboa, parte 2, no  52, p.273. Disponível em :
https://books.google.de/books?id=3e0vAAAAYAAJ&pg=PA273&lpg=PA273&dq=igrejas+na+pampulha+lisboa&source=bl&ots=tq-FLKk6dq&sig=yxlUH3X60H5Yt0RReN84-r8i9pE&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CEMQ6AEwBzgKahUKEwjC7_zyt9HIAhULDiwKHV7ZCs0#v=onepage&q=igrejas%20na%20pampulha%20lisboa&f=false
[48] ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO, op.cit.
[49] O PORTAL DA HISTORIA. http://www.arqnet.pt/portal/portugal/liberalismo/lib1836.html. De uma outra perspectiva do local sitado, temos : « A Guarda Nacional resolta-se em 9 e 10 de setembro de 1836 contra a Carta Constitucional de 1822. D. Maria II é obrigada a ratificar o juramento em 4/10/1836, com a morte do Ministro da Carta, Freire, no alto da Pampulha. »
[50] TOPONIMIA, https://toponimialisboa.wordpress.com/2014/11/06/calcada-da-pampulha/
[51] http://restosdecoleccao.blogspot.de/2012/02/nacional-c-ind-de-transf-de-cereais.html
[52] Disponível : http://archive.org/stream/historiadaguerr17sorigoog/historiadaguerr17sorigoog_djvu.txt
[53] http://restosdecoleccao.blogspot.de/2011/07/gas-da-companhia-em-lisboa.html
[54] http://www.jornalmapa.pt/2014/02/28/a-revolta-de-fevereiro-de-1927/
[55] http://cidadanialx.blogspot.de/2014/03/gabinete-historico-e-cultural-pampulha.html
[56] TURISMO DE Portugal. Disponível : http://www.visitlisboa.com/getdoc/0e2e43bc-065d-4506-a10e-c00e1c609b80/MyOwnLisboa_3_PT.aspx
[57] Uma observação importante : de acordo com as pesquisas genealogicas sobre a familia BANDEIRA em Portugal, o autor desta reflete que : « E é esta a situação com que nos deparamos: em 1620, em 1670 e em 1745 três sapateiros de Viana, da Rua da Bandeira, que aparentemente nada têm a ver uns com os outros, têm filhos que, ao subirem na vida, tomam o nome da rua onde o pai exercia a sua profissão. » Portanto, ha de pensar-se acerca do primeiro momento que se inclui no nome da familia o nome de logradouro, talvez, lugar onde os primeiros residiam ( ?). Ver : Bandeiras, de Lisboa, disponível em : http://genealogias.info/1/upload/bandeiras.pdf
[58] Obra : WELLS, H. G., (1866-1946) Coisas que hão de vir : a vida futura / H. G. Wells ; trad. e pref. de Fernando Pampulha. Lisboa : Livraria Popular de Francisco Franco, s.d.
[59] VALE DOS CALçADO in http://valedocalcado.blogspot.de/2012/01/pampulha.html
[60] MUSEU IMPERIAL – Fazenda Pampulha - vocabulario controlado. Petropolis – Rio de Janeiro. http://187.16.250.90:10358/subject-search
[61] Sobre a produção da fazenda e seu proprietário ver Affonso de E. TAUNAY, Historia do Café no Brasil 1872-1889, 1939, Tomo VI. Sobre os viajantes ver Pesquisa Histórica e Banco de Dados, ouro, café açúcar, sal. Instituto do Estado do Rio de Janeiro do Patrimônio Cultural, 2004. Sobre Sainte Hilaire ver, Mariana MUAZE. O Vale do Paraíba Fluminense e a dinâmica Imperial, 2010.
[62] https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070710184234AAEvEob
[63] Dados fornecidos pelo genealogista brasileiro Cau Barata ao português Luis Ramos, neto de Raúl Ribeiro Pampulha (citado acima). Continuação da informaçãoo: diz Barata, « Não tenho notícias sobre descendencai do casal, mas é possível. Quanto a Joana, era filha de Manuel do Canto-de Almeida, nascido cerca de 1742, e de Maria Cleofas, nascida cerca de 1746 ». Disponível em : http://geneall.net/en/forum/145524/origens-familia-barata/
[64] Dados completos na Lista de Passageiros Portugueses do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. A ilustração citada foi obtida no site português « Remessas – Rede Emigração ». este encontra-se disponível em : http://www.remessas.cepese.pt/remessas/mod/itsdatabase/view.php?n=7&v=8&action=exec&adodb_next_page=2707
[65] J. S. de Belmont Pessôa - A História Urbana através da Análise Morfológica: um Estudo de Niterói, p.8, ‎2012.
[66] Dados conseguidos no site sobre familias de São João da Barrahttp. Continuação das informações: «Manoel (nasc. 1878) era filho de Custodia Florinda de Vasconcellos (nasc. 1851), casada na matriz de São João Batista na cidade em 13/01/1874 com João Lopes da Cruz (nasc. 1845) : Manoel,://culturasanjoanense.blogspot.de/2012/05/uma-familia-quatrocentona.html
[67] Ver Luiz Carlos Laurindo Junior, A cidade de Camilo : escravidão urbana em Belém do Grão-Pará 1871-1888, Mestrado, 2012.



Texto e Fotos de Augusto Velloso-Pampolha