Chafariz da Cova da Moura na actualidade |
O
Chafariz da Cova da Moura, adossado ao Aqueduto das Águas Livres, que o
alimentava, encontra-se situado no afloramento calcário com sílex
(Cenomaniano, com cerca de 97 milhões de
anos) aceite como Geomonumento pela Câmara Municipal de Lisboa , em protocolo
estabelecido com o Museu Nacional de História Natural, em 22 de
Junho de 1998,
como ocorrência geológica a preservar. Este afloramento é delimitado pela Calçada
das Necessidades e Av. Infante Santo.
O
Chafariz da Cova da Moura, mandado fazer
por aviso
de 9 de Fevereiro de 1786, recebia água do Aqueduto Geral e encontra-se
localizado num terreno camarário de cerca de 1.134 m2, que confina com a Av.
Infante Santo, frente ao n.º
54, e pertence à Freguesia da Estrela. Abastecia o quartel da Cova da Moura existente na antiga Rua da Torre da
Pólvora, tendo ambos (quartel e rua) sido demolidos em 1939 para dar lugar à abertura da Av. Infante Santo.
A
Freguesia da Estrela é atravessada
pelo Ramal das Necessidades do Aqueduto
das Águas Livres, classificado Monumento Nacional desde 1910
( DG 136 de 23-06-1910 ), que segue ainda hoje enterrado até à Calçada
das Necessidades onde sai para o exterior. Continuava pela actual Avenida Infante Santo em arcada que foi demolida em Setembro de 1949 para a construção daquela via, e segue pela
Travessa do Chafariz das Terras ( a Rua tem este nome num dos lados do aqueduto
e
do Pau de Bandeira no outro) até à Rua de S. Caetano. A
partir daí enterra-se novamente até às Janelas Verdes. O troço da Avenida
Infante Santo/ Rua do Pau de
Bandeira, encontra-se protegido desde 1998, pela Port. 512/98, DR 183, de 10-08-1998,
abrangido pela ZEP do Aqueduto.
Embora classificado
Monumento Nacional, por fazer parte integrante do Aqueduto das Águas Livres,
o Chafariz da Cova da Moura encontra-se há muito abandonado
e entregue à degradação provocada pelos
elementos naturais e pela intervenção do
homem, sendo incerto o seu futuro, já que existe um projeto urbanístico
para o geomonumento que o contem e sua
zona envolvente, tendo-se iniciado já as obras para a construção do parque de
estacionamento subterrâneo para automóveis na Rua Embaixador Teixeira de Sampaio e Av. Infante
Santo (Proc.
40/EDI/2011 – Alvará n.º 17/CE/3014), investimento conjunto da Empark e do
Hospital CUF Infante Santo, da José de Melo Saúde .
Tais
obras configuram a fase inicial de um processo que engloba também, por um lado, a construção de
um elevador de ligação à Calçada das
Necessidades, a construção de um jardim sobre o geomonumento, e por outro, a
construção de habitações na parte da
Calçada das Necessidades, nos. 8-8A e 10-10A. Estes projetos estão em
estudo na CML.
Quanto ao
Chafariz da Cova da Moura, embora Monumento Nacional, nada é
referido. Julgamos, contudo, que
na elaboração dos referidos
projetos, a Câmara Municipal de Lisboa deveria incluir a recuperação integral
do Chafariz da Cova da Moura e zona envolvente e a sua devolução ao usufruto dos lisboetas.
Desenho do local em apreço |