domingo, 5 de julho de 2015

O BALUARTE DO LIVRAMENTO

O BALUARTE DO LIVRAMENTO

Após a Restauração da Independência, em 1640, D. João IV   mandou   construir    uma linha de defesa que tinha origem na  foz da ribeira de Alcântara e terminava na Cruz de Pedra. Na    zona   de    Alcântara    chegaram   a    ser  construídos dois baluartes – o do Sacramento junto ao rio, e o do Livramento mais a norte. Na   zona    da  Cruz de Pedra, foram construídos outros dois; um dos quais o Baluarte de Santa Apolónia. Trata-se de uma estrutura defensiva do séc. XVII, representativa da arquitetura militar portuguesa, de forma pentagonal, da qual apenas subsistem a muralha da face direita e as bases de duas guaritas. É Património Nacional, classificado como Imóvel de Interesse Público ao abrigo do Decreto-Lei n.º 2 de 96 do Diário da República 56, de 6 de Março.

Sobre o Baluarte do Livramento,  constante   do Inventário    Municipal de Património, transcrevemos parte de um artigo de Augusto Vieira da Silva publicado em DISPERSOS Volume III (1960)  - Biblioteca de Estudos Olisiponenses:

“ O baluarte, com dois andares ou terraplenos, assenta sobre um  banco calcário  que forma   um   alto   despenhadeiro   em parte da frente ocidental; as  suas  muralhas de cantaria e com grande altura, ainda estão visíveis e   relativamente  bem  conservadas. No ângulo saliente das muralhas da frente pode ainda hoje observar-se uma guarita de cunhal.
A serventia para os dois terraplenos   do   baluarte   era   pela    Calçada do Livramento (porta n.º 17),  rua   em   curva, que    provavelmente   foi   construída   para   este   fim especial, no seguimento da que vinha   da ponte de Alcântara, e   que terminava, como hoje, no extremo ocidental do Largo das Necessidades.
Posteriormente a 1834  todo este terreno foi alienado, e o terrapleno inferior acha-se coberto de construções abarracadas e pátios; no andar superior do baluarte, que bem se distingue ainda, vê-se um prédio com três pavimentos, revestido  de azulejos,   e  o respetivo jardim .”

Vemos, assim, que o interior do baluarte está ocupado por edificações que entretanto foram sendo construídas, como é o caso do Pátio dos Quintalinhos e da Casa de Goa.

Quanto ao prédio revestido de azulejos de rara beleza foi demolido para   dar lugar  à construção de um edifício  moderno    que   esperemos  venha a respeitar as muralhas do baluarte ainda existentes e o jardim que pertencia ao prédio agora demolido.


Muralha do Baluarte com guarita de cunhal
Porta n.º 17 da Calçada do Livramento

 Imagem da Muralha do Baluarte do Livramento
Pátio dos Quintalinhos, construções dentro das Muralhas
Prédio revestido de azulejos, recentemente demolido

Outra imagem da Muralha do Baluarte do Livramento