sexta-feira, 21 de setembro de 2018

LIVROS DE MÃO EM MÃO

LIVROS DE MÃO EM MÃO NO JARDIM DA ESTRELA

O assinalável êxito do evento "Livros de Mão em Mão" faz-nos lembrar a importância  que o livro e a poesia sempre tiveram ao longo dos séculos na valorização da Humanidade.

Aqui transcrevemos os poemas que no espaço do evento estiveram patentes ao público e saudamos a organização pelo contributo prestado à cultura no nosso país.

Bem Hajam.







João Pinto Soares

domingo, 16 de setembro de 2018

O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE PAULA


O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE PAULA

O Convento de S. Francisco de Paula na Rua Presidente 
Arriaga




Convento e igreja de S. Francisco de Paula


Convento de S. Francisco da Paula - esquina com a Rua Ribeiro Sanches



 

Convento de S. Francisco de Paula, esquina com a Travessa de S. João de Deus

O Convento de S. Francisco de Paula

Enquadramento histórico


A Ordem dos Mínimos, fundada por São Francisco de Paula em 1435, consegue em 1717, no reinado de D. José I, a  autorização para fundar um hospício em Lisboa, numas casas à Pampulha cedidas pela Real Fazenda para o efeito. Tal pretensão veio a concretizar-se em 1719 por iniciativa de frei Ascenso Vaquero, tornando-se assim o penúltimo convento a instalar-se no eixo Madragoa-Calvário, importante zona de implantação de casas religiosas desde o período medieval, sendo possível encontrar quatro outras casas religiosas em torno da de S. Francisco de Paula: Convento do Santíssimo Sacramento, Convento de São João de Deus - no local do demolido Convento de São Filipe de Lisboa, Convento de Santo Alberto e convento de Nossa Senhora dos Remédios de Lisboa (Convento dos Marianos, onde hoje se encontram instalados a "York House" e a Igreja Lusitana Católica Apostólica evangélica, de comunhão anglicana).


A Construção do Convento


Do edificado inicial do convento pouco se conhece, sabendo-se que no local foi construída uma ermida autorizada  pelo Patriarca de Lisboa a 23 de Março de 1719, demolida na sequência das obras de construção da nova igreja que se iniciaram em 1743, mas que a falta de verbas foram protelando  ao longo da década seguinte.


A partir de 1753, a Rainha D. Mariana Vitória, princesa espanhola, filha de Filipe V e de Isabel Farnésio, esposa de D. José I, em agradecimento das melhoras de sua filha princesa da Beira futura Rainha D. Maria I de Portugal, reformou a suas expensas o hospício com traça do Arqtº. Inácio de Oliveira Bernardes, ao qual foi atribuído alvará régio de  elevação  a convento a 30 de Julho desse ano, e a partir de 1754, financiou as obras da igreja e procedeu à compra de novas casas e transformação de edifícios pré-existentes em áreas já urbanizadas, característica que impedia a adição de cercas de grandes dimensões. Assim, com a compra sucessiva de casas e terrenos em torno do primitivo núcleo, o convento passou a ocupar a totalidade do quarteirão compreendido pela Rua Direita de São Francisco de Pala (actual Rua Presidente Arriaga), rua do Olival, Rua Nova de São Francisco de Paula (então também conhecida por Travessa de São Francisco de Paula e actual Rua Ribeiro Sanches) e Travessa de São João de Deus, situação que se manterá até até à extinção do convento e à  tomada de posse dos seus bens pela Fazenda Nacional.



Inventário de extinção

Cerca de um ano depois da tomada de posse de todas as propriedades do Convento por parte da Fazenda Nacional, no seguimento da publicação do decreto que extinguiu todas as casas religiosas, das ordens regulares, tiveram início os procedimentos relativos à extinção do Convento de S. Francisco de Paula por Portaria Régia de 7 de Dezembro de 1833,sendo o inventário dos seus bens sido realizado entre 16 de Dezembro e 15 de Fevereiro seguinte.O convento possuía mais de uma dezena de propriedades divididas em "cazas", "barracas",e "fornos". a grande maioria arrendadas e inseridas no quarteirão do convento ou dispersas pela Rua do Olival.A partir de Julho de 1835 as diferentes casas do convento foram vendidas a particulares para fins residenciais, tendo o edifício do noviciado sido adquirido a partir de 1861 pela família Shindler tendo passado a ser conhecido por palácio Shindler. Também no edifício de gaveto com a Rua Ribeiro Sanches esteve instalado, em 1944 o Instituto Geográfico e Cadastral.

 João Pinto Soares