terça-feira, 16 de outubro de 2018

POSSÍVEL AMPLIAÇÃO DO JARDIM DA ESTRELA

O SÍTIO DA ESTRELA
Possibilidade de expansão do Jardim da Estrela

Tendo perante nós a  maravilhosa Praça da Estrela, vamos tecer algumas considerações sobre o Convento de Nossa Senhora da Estrela, também designado da Estrelinha, o Hospital Militar Principal e o Jardim da Estrela, terminando com o desejo de ver o Jardim da Estrela prolongado para o  espaço do Hospital Militar Principal, agora desactivado.

O Convento da Estrelinha e o Hospital Militar Principal

O edifício do actual Hospital Militar Principal tem  origem num convento beneditino fundado em 1572, no sítio da Estrela, dedicado a Nossa Senhora da Estrela. Poucos anos depois, em 1615, os beneditinos fizeram erguer, nas proximidades, outro Grande Convento, o de  São Bento da Saúde (actual Assembleia  da República), perdendo o da Estrelinha a sua importância, tendo passado a funcionar como colégio e casa de estudo para o noviciado.  Em 1818, a sua missão religiosa estava já muito reduzida, com grande parte do convento  ocupado pela secretaria dos Hospitais Militares. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o exército alargou a sua ocupação do edifício  que, em 1837 passou a hospital militar. A 21 de Agosto de 1926 a designação oficial da instituição passou a ser de Hospital Militar Principal, funções que desempenhou até 2013, data em que foi incorporado no Hospital das Forças Armadas.

Entretanto  a Cerca do Convento a poente e norte foi retalhada e vendida. Também, várias obras de adaptação se realizaram depois de 1834. Em 1836 foram construídos os anexos do lado da Rua de S. Bernardo,  e entre 1906 e 1923 ergueram-se os pavilhões e anexos encostados ao Jardim da Estrela.

A Igreja, há muito desafecta ao culto, conheceu obras em 1946, recuperando-se muito do seu património disperso. A Igreja e o antigo Convento estão classificados como Monumento de Interesse Público (Portaria n.º 250/2010, DR, 2ª Série, n.º 67, de 7-04-2010).

Panorâmica do Jardim da Estrela tirada do zimbório da Basílica da Estrela, onde se vê o edifício do Hospital Militar Principal (ex-Convento da Estrelinha) em 1911.

Edifício do actual Hospital Militar Principal com parte dos anexos entretanto construídos

O Jardim da Estrela ou de Guerra Junqueiro ( poeta e escritor-1850/1923) 

                                                                          
A ideia do Jardim da Estrela no lugar onde hoje existe, deve-se ao Marquês de Tomar e a sua realização a diversos patrocínios e ao apoio institucional da Rainha D. Maria II. A obra começou em 1842  e a sua inauguração viria a realizar-se a 3 de Abril de 1852. As obras prosseguiram sob a direcção do mestre de jardinagem  francês Jean Bonard (que já havia sido encarregue pela rainha D. Maria II para redesenhar os jardins da Tapada das Necessidades, em 1843), coadjuvado pelo português João Francisco, ganhando o espaço um traçado à maneira dos jardins ingleses.
Neste jardim romântico com uma área total de 4,6 hectares, para além de uma vegetação frondosa e variada, podemos encontrar muitas peças de escultura, o magnífico coreto em ferro trabalhado trazido do Passeio Público (actual Avenida da Liberdade). Também aí viveu e morreu numa jaula própria  o célebre Leão da estrela, oferta do colonial Paiva Raposo. 

Em 1836 foram construídos os anexos do lado da Rua de S. Bernardo

Entre 1906 e 1923 ergueram-se pavilhões e anexos encostados ao Jardim da Estrela

O Que se pretende para o futuro

Considerando que o Hospital Militar Principal está encerrado desde 31 de Dezembro de 2013, tendo todos os seus serviços sido transferidos para o Hospital das Forças Armadas, criado em 2009.

Considerando o grande valor histórico e monumental do convento e igreja dos beneditinos da estrelinha, classificados  Monumento de Interesse Público (Portaria n.º 250/2010, DR, 2ª Série, n.º 67, de 7-04-2010), e que numa lógica de preservação do património, o Estado deve procurar sempre que possível a utilização pública desses monumentos.

Considerando ainda a importância para a cidade de Lisboa do jardim da estrela, como área verde de recreio e de convívio, onde se realizam eventos em que participam grande número de lisboetas, solicitamos que:

1 -  o Convento, a Igreja e a Cerca do Convento, possam reverter para a posse do Estado Português/Câmara Municipal de Lisboa.

2 -  os pavilhões e anexos entretanto construídos sejam demolidos, dando lugar ao aumento da área do Jardim da Estrela, aumento que irá valorizar a procura sempre crescente daquele espaço verde, integrando os monumentos classificados aí presentes.

João Pinto Soares 


domingo, 14 de outubro de 2018

EXPOSIÇÃO "COMEMORAR MARIA CECÍLIA CORREIA"


EXPOSIÇÃO "COMEMORAR MARIA CECÍLIA CORREIA"






Em 2019, celebra-se o centenário do nascimento de Maria Cecília Correia (1919-1993) e irá 
estar patente, na Biblioteca Nacional, uma exposição sobre a sua vida e obra.
Em “antecipação”, a Biblioteca da Junta de Freguesia da Estrela orgulha-se de acolher a Exposição Biográfica “Comemorar Maria Cecília Correia”, agradecendo a iniciativa e a disponibilidade dos seus curadores: António Castilho (filho da autora, que colaborou na ilustração e edição de alguns dos seus livros) e Eleonor Castilho (neta da autora, que reside na nossa freguesia); ambos têm vindo a dedicar-se, com o apoio da família, ao estudo do legado de Maria Cecília Correia.

Maria Cecília Correia foi uma das nossas maiores escritoras de Literatura para a Infância. Deixou-nos um conjunto de livros de grande sensibilidade, inspirados no real, no quotidiano e cujas histórias têm como tema o mundo da criança, a beleza, o sonho e a magia. O seu primeiro livro Histórias da Minha Rua, com ilustração de Maria Keil, foi publicado em 1953, tendo recebido o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho.
Muitos dos seus textos continuam hoje presentes nos livros escolares e as suas obras integram diversas Bibliotecas espalhadas pelo mundo. Escreveu também para adultos.

Contamos, pois, com a vossa presença para a inauguração desta Exposição, no dia 18 de Outubro, às 18 horas, que será essencialmente um momento informal de encontro e partilha sobre a vida e obra desta escritora. A Exposição estará patente até 16 de Novembro.

Bem vindos !  

        Melhores cumprimentos,
        Rosário Baptista

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

MOSTRA ESPÓLIO "VENDEDORES DE JORNAIS"

MOSTRA ESPÓLIO "VENDEDORES DE JORNAIS"









Fundada em 1921, a Coletividade “Vendedores de Jornais Futebol Clube”, com sede na Rua das Trinas, fechou recentemente por não conseguir suportar o aumento da renda do imóvel onde estava instalada. É riquíssima a história desta Coletividade, que organizou a Marcha da Madragoa de 1934 a 1981. Outro facto relevante, pouco conhecido, é que o Almirante Gago Coutinho, que residiu durante setenta anos na Rua da Esperança, se relacionou de forma muito próxima com esta Coletividade, da qual terá inclusive sido presidente nos anos 40, e à qual legou alguns documentos e objetos pessoais que se revestem de inestimável valor patrimonial.
Após o encerramento, este valioso espólio foi doado à Junta de Freguesia da Estrela que assume agora a  a responsabilidade de o preservar e divulgar, o que implica aprofundar a sua análise/estudo, bem como um investimento significativo na sua conservação. Esta “Mostra” é, pois, essencialmente um primeiro momento de divulgação / partilha com a comunidade deste património.

A Mostra estará patente até ao final do mês, no horário de funcionamento da Academia Estrela.
Contamos, como sempre, com a vossa presença e apoio na divulgação.


Rosário Baptista