Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara do Metropolitano
de Lisboa
CONTRIBUTO PARA A CONSULTA PÚBLICA
O Metropolitano de Lisboa, para além da sua função social no que diz respeito á mobilidade, tem também a obrigação de defender o património da cidade.
É a defesa do património da cidade de Lisboa que o Metro. em conivência com o Ministério do Ambiente e Acção Climática e a Câmara Municipal de Lisboa, está a pôr em causa com o prolongamento da linha vermelha de São Sebastião até Alcântara, a construção prevista de quatro estações: nas Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara e ainda três poços de ventilação durante o seu percurso.de quatro quilómetros.
Esta obra que agora o Metropolitano de Lisboa pretendo construir, colide em toda a sua extenção com uma zona de excepcionais valores naturais, culturais e monumentais da cidade de Lisboa, que deverão a todo o custo ser preservados, sendo que os interesses para a cidade agora postos em causa, excedem em muito as possíveis vantagens para a população em termos de mobilidade.
Quando assistimos em todas as cidades do Mundo civilizado a procura de um equilíbrio com a Natureza, defendendo a biodiversidadee e a qualidade do ar que resulta do aumento dos espaços verdes, nâo encontramos no projecto agora em apreço, qualquer preocupação com o arvoredo, e quando escolhe um jardim histórico para sob ele construir uma Estação, como é o caso flagrante do Jardim da Parada em Campo de Ourique , ou menos flagrante porque enterrado da Tapada das Necessidades, está tudo dito.
Não se vê neste projecto nenhuma referência á defesa das árvores.ou preocupação com o património histórico, mas únicamente uma preocupação de defesa dos interesses económicos da Empresa Metropolitano de Lisboa, E.P. E.
Todo este projecto é gravoso para a cidade de Lisboa com especial destaque para a Estação de Campo de Ourique, que quanto a nós deverá ser relocalizada, salvaguardando o jardim da Parada; a Estação de Alcâmntara deverá ser enterrada, salvaguardando a integridade do Baluarte do Livramento e todo o conjunto paisagista de Alcântara já tão sacrifidado no passado pelo fator da mobilidade; o Conjunto das Necessidades Convento, Palácio, Tapada, jardim Olavo Bilac e fonte Monumental; Avenida InInfante Santo, defesa dos dois geomonumentos aí existentes, bem como do Chafariz da Cova da Moura.
Estas são algumas das nossas preocupações, pelo que a nossa posição é de total discordância do projecto, devendo o mesmo ser revisto por uma comissão independente que estude e acompanhe o processo depois de reformulado.
João Pinto Soares