ESPAÇO EXPECTANTE ARRANJADO PELA JUNTA DE FREGUESIA DA ESTRELA
Este blogue surge como uma oportunidade de partilha de recordações, de experiências e de solidariedade entre todos aqueles que de alguma forma se identificam com este local tão especial da cidade de Lisboa. Pretende ainda servir de apoio a quem necessite de informações ou de ajuda de carácter cultural ou social. Deve também contribuir para a divulgação da Pampulha e para a solução dos seus problemas urbanos. Contacte para: gabinetepampulha@gmail.com
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
ESPAÇO EXPECTANTE ARRANJADO PELA JUNTA DE FREGUESIA DA ESTRELA
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Orçamento Participativo de Lisboa | Tapada das Necessidades
O RAMAL DAS NECESSIDADES DO AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES
O RAMAL DAS NECESSIDADES DO AQUEDUTO DAS ÁGUAS
LIVRES
A monumentalidade do
Aqueduto das Águas Livres no atravessamento do Vale de Alcântara com os seus 35
arcos, cujo maior atinge a altura de 65 metros.
A ideia de construir um Aqueduto que pudesse
transportar água até Lisboa remonta ao
século III, existindo ainda hoje alguns
vestígios da barragem romana de Olissipo, uma das maiores da
Península Ibérica, situada no Vale de Carenque, em
Belas. No entanto, até ao século XVIII,
Lisboa era abastecida pela água de
poços, cisternas e alguns chafarizes medievais. Foi a necessidade
imperiosa de
resolver as crises cíclicas de falta de
água, que levou D. Sebastião, em 1571,
a decidir transportar a
água a partir do mesmo local onde
os romanos teriam supostamente
construído o seu
Aqueduto, projeto que foi abandonado
devido a vicissitudes diversas, incluindo a própria
morte do monarca.
Em 1731, D.
João V assinou finalmente o alvará
que autorizou a construção do Aqueduto das Águas Livres, curiosamente indo buscar a água às mesmas nascentes, na
Quinta da
Água Livre, atravessada pela Ribeira de Carenque, já utilizadas pelos romanos. As obras, que puseram
fim a sete séculos de escassez de água, tiveram início no ano
seguinte e demoraram 102 anos a estarem
concluídas (1732 -1834) . Foi preciso
esperar por 1748
para que as primeiras águas chegassem á cidade e por 1834 para que o Aqueduto estivesse terminado, contendo por isso a marca de cinco monarcas –
D. João V, D. José I, D. Maria I, D. Pedro V e D. Maria II – e de seis mestres
principais, Manuel da Maia, Custódio Vieira, Carlos Mardel, Miguel Blasco,
Reinaldo dos Santos e Miguel Francisco Cangalhas.
O Aqueduto
das Águas Livres, com uma extensão aproximada de 14Km. , mais os aquedutos tributários com aproximadamente 34 Km. e as condutas para
os chafarizes com 12 Km., o que perfaz cerca de 60 Km de extensão total, foi perdendo gradualmente importância funcional, até ser
oficialmente seco em1967.
Para a sua
construção foi usada uma tecnologia avançada, absolutamente excecional
para a época, que permitiu que a água fosse transportada por
ação da força da
gravidade desde as nascentes, em
Belas, a uma quota de 178.98 metros, até Lisboa, à quota de 94.35 metros.
Essa tecnologia, bem patente na monumentalidade do
atravessamento do Vale de Alcântara com
os seus 35 arcos, cujo maior atinge a altura de 65 metros, mas também pela beleza e
funcionalidade dos 56 chafarizes ainda
hoje existentes, permitiu que o
Aqueduto não tivesse sido afetado pelo terramoto de 1755.
No entanto,
a grande dimensão da secção das suas
galerias, que para mais frequentemente se encontravam acima do solo, resultou
no que seria um forte espartilho para a
evolução da cidade. Por esta razão, o Aqueduto cedo foi sofrendo sucessivas demolições logo a
partir do início do século XX, apesar de se tratar de um Monumento Nacional, consagrado e protegido pela lei como tal desde 1910. (1)
Está neste
caso o Ramal das Necessidades,
amputado em 1955 para a abertura da
Avenida Infante Santo.
O Ramal ou Galeria das Necessidades
Arcos do
Aqueduto das Águas Livres, pertencentes ao Ramal das
Necessidades, no Alto da
Cova da
Moura, demolidos para
construção da Avenida Infante Santo.
A água,
era essencial para a
Tapada das Necessidades. Como cerca conventual de produção e
jardim de traçado barroco com
fontes e lagos, não teria
sido possível a sua manutenção sem a chegada da
água em grandes
quantidades pelo Aqueduto das Águas
Livres .
Face á insuficiência
da água na cerca, os Padres Oratorianos, a quem
tinha sido cedida por D. João V a ocupação do convento e respetiva cerca,
solicitaram ao
Rei D. José I que fossem
abastecidos pelo Aqueduto das Águas Livres . Embora contestada pelo povo, a galeria das
Necessidades foi construída no
final do séc. XVIII.
A Mãe-de-Água ou Pia Redonda,
situada no alto da Tapada com um mirante dominando todo o terreno.
O Ramal ou
Galeria das Necessidades nasce nas Amoreiras
e atravessando o Arco do Carvalhão, segue enterrado até à Mãe de água da Tapada das Necessidades,
da qual saem três ramais: um segue junto
ao muro ocidental da Tapada até ao distribuidor da portaria Sul e vai
abastecer o chafariz e repuxos do Obelisco no Largo das Necessidades - Jardim Olavo Bilac; o segundo
segue para nascente, para fora
da Tapada, seguindo à superfície,
atravessa o vale da Cova da Moura, atualmente a Avenida Infante Santo,
e segue
até às Janelas Verdes, abastecendo o respetivo chafariz e o
palácio dos Condes de Alvor, onde funciona hoje o museu de Arte
Antiga e que por essa altura (1755) era propriedade do Marquês de Pombal. Este
ramal permitia ainda conduzir a água aos chafarizes de
Campo de Ourique, da
Estrela, da Praça da Armada, da Cova
da Moura e das Terras, os dois primeiros já
desaparecidos; o terceiro ramal, o central, abastece a Tapada
e o Palácio e Convento das
Necessidades.
Pinto
Soares
(1) O Aqueduto foi classificado como Monumento
Nacional pelo Decreto-lei de 16
de Junho, publicado em 23 de Junho de 1910, tendo sido elaborada em 2002
uma nova redação com a redefinição
do percurso, detalhando com
mais pormenor toda a classificação
(Decreto de 19 de Fevereiro de 2002).
segunda-feira, 5 de maio de 2014
TORNEIO DA PRIMAVERA
Conforme anunciado, realizou-se
no passado dia 1 de Maio o
TORNEIO DA PRIMAVERA, por iniciativa de:
Associação Lisboa Verde,
Associação de Pais da EB1 Eng. Ressano Garcia, Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades, Grupo Dramático e Escolar os Combatentes, Junta de
Freguesia da Estrela, K´cidade e
Sporting União Fonte Santense.
Não podia ter sido mais animado e participado, o encontro que reuniu largas dezenas de pessoas
interessadas pelo desenrolar do torneio de FUTSAL que envolveu
12 equipas com um total de 120 atletas dos 6 aos 14 anos de idade.
Mas também outras actividades mantiveram o
interesse de todos os presentes desde as
10,00H até ao fim da tarde, como a Música, a Dança e as Pinturas Faciais.
As atividades foram interrompidas para
um animado almoço e convívio entre os participantes, tendo recomeçado logo a seguir.
O torneio terminou com a entrega de "crachás" comemorativos do
acontecimento.
De salientar também a participação ativa dos moradores da Rua Possidónio da silva, onde estão
localizados os campos de jogos do
Sporting União Fonte Santense e Grupo Dramático e Escolar os Combatentes, onde se disputaram os desafios, e
que aproveitaram a oportunidade para referirem as belezas, mas também as carências da
Rua onde vivem, tendo deixado por escrito aquilo que gostariam de
ver melhorado.
Pinto Soares
sábado, 19 de abril de 2014
O DISPENSÁRIO DE ALCÂNTARA. QUE FUTURO ?
O
Dispensário Popular de Alcântara, edifício de
relevância histórica, foi mandado construir por ordem régia no fim do
Século XIX. Inaugurado em 1893 pela Rainha D. Amélia, última Rainha de
Portugal, para combater a tuberculose
pulmonar, dirigindo a sua atenção prioritariamente às crianças, mediante a
prestação de consultas externas, internamento, aulas de puericultura,
fornecimento de leite em pó a recém-nascidos, consultas de enfermagem,
tratamento de doenças
crónicas como a tuberculose e a sífilis; os cuidados de
enfermagem eram prestados
pela Irmãs
Religiosas que habitavam o edifício contíguo e ainda aí
permanecem, desenvolvendo uma meritória
acção em prol da população mais carenciada da Pampulha.
O
Dispensário de Alcântara fica situado no gaveto da Avenida Infante Santo com a
Rua Tenente Valadim, com entrada pelo n.º 3 da Avenida Infante Santo e é
composto por um edifício principal e construções que serviram
de residência ao pessoal de saúde agregado ao Dispensário e
que ainda hoje albergam as Irmãs Missionárias do Espírito Santo, que a partir daí
desenvolvem o seu trabalho.
De
notar que em 1945, quando da sua visita a Portugal, a Rainha D. Amélia quis
estar mais uma vez no Dispensário com as crianças.
É
este edifício histórico, situado na Zona de Protecção do Museu Nacional
de Arte
Antiga (ZEP), exemplo de um estilo monumental hoje raro, escolhido para símbolo
do “Gabinete Histórico da Pampulha”, que a Estamo, imobiliária de capitais públicos,
que é a sua actual proprietária, pôs à venda por 1,917 milhões de Euros, procurando tendo em vista a mera
especulação imobiliária, desenvolver um
projecto de reconversão do imóvel para
habitação.
Cabe
a todos e a cada um de nós, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que
a finalidade que presidiu à
construção daquele edifício - Assistência Social - não seja
adulterada e que a sua compra seja feita pela
CML, exercendo o direito de preferência, dada a sua importância
para o
desenvolvimento da acção social, numa
zona da cidade tão carenciada como é
a Pampulha.
Pinto
Soares
sexta-feira, 4 de abril de 2014
AS VISITAS GUIADAS VOLTAM À TAPADA DAS NECESSIDADES
No primeiro Sábado de cada mês, a partir de 5 de Abril
próximo, às 15,00 H, terão início as já tão aguardadas visitas à Tapada e
Capela das Necessidades*, organizadas pelo Grupo dos Amigos da Tapada das
Necessidades e Um Outro Olhar.
O encontro será junto ao Chafariz do Jardim Olavo Bilac,
frente ao Palácio das Necessidades, Largo das Necessidades.
A visita terá a duração de cerca de duas
horas e como em anos anteriores será gratuita e sem necessidade de marcação
prévia.
Acessos:
Autocarros 773 (Largo das Necessidades), Autocarros 714
e 727 (Praça da Armada), 720 e 738 (Av. Infante Santo), 751 (Estação
Alcântara-Terra). Comboio- Alcântara Terra e Alcântara- Mar. Estacionamento:
Largo das Necessidades.
Contactos:
GATN - email: gatnecessidades@gmail.com Tel:
926340025 Facebook:
GATN-Grupo-dos-Amigos-da-Tapada-das-Necessidades
UM OUTRO OLHAR – divulgação cultural – email: umoutroolhar@sapo.pt Tel: 938258919
Facebook: um-outro-olhar-divulgação-cultural
* A visita à Capela das Necessidades está sujeita a
confirmação no início da visita.
Ficamos aguardando a vossa presença.
Até lá, saudações fraternas do GATN
Pinto Soares
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
O Hospício dos Frades Brunos na Pampulha
O HOSPÍCIO DOS FRADES BRUNOS NA PAMPULHA
As fotografias dos restos de uma construção, aqui reproduzidos,
constituem os poucos elementos materiais que atestam a presença
de um hospício pertencente aos frades Brunos, na Pampulha, aqui
instalados provisoriamente antes de transitarem para Laveiras, presença
essa confirmada pela existência no local de uma placa toponímica
com a designação de “Travessa dos Brunos”.
Os frades Brunos pertencem à Ordem da Cartuxa.
A Ordem da Cartuxa da Torre ou Ordem dos Cartusianos foi fundada em 1084
por São Bruno, na Cartuxa, França, e aprovada pelo Papa Urbano II que
fora discípulo daquele Santo. É uma das ordens religiosas católicas
mais humildes e austeras e também, juntamente com a de Cister, uma
das mais antigas.
Aos mosteiros da Ordem de São Bruno é-lhes dado o nome de “Cartuchas”.
A Ordem de São Bruno em Portugal
Em Portugal, foram instalados dois conventos cartuxos, o
primeiro em Évora e posteriormente um outro em Lisboa (Laveiras).
A instauração da Ordem dos Cartuchos em Portugal, em 1598, deveu-se a
D. Teotónio de Bragança, Arcebispo de Évora e membro da Casa de
Bragança.
Com a extinção no século XIX das ordens religiosas pelo regime liberal, a
Ordem da Cartuxa fechou os dois mosteiros que detinha em Portugal. Em
1833 os monges da Cartuxa de Lisboa abandonaram o convento. Já a Cartuxa
de Évora encerrou no ano seguinte, em 1834, após o fecho compulsivo e a
expulsão dos monges da congregação.
Em 1960 sete monges cartuxos regressaram a Évora, para recuperarem o
antigo mosteiro da ordem, voltando a viver ali em regime de clausura e
oração. Porém a Cartuxa de Lisboa, sita em Laveiras, Paço de Arcos,
nunca foi recuperada pela Ordem.
O Convento da Cartuxa de Évora
O Convento da Cartuxa de Évora, fundado em 1587 por sete monges vindos
de Tarragona, Espanha, foi dedicado à Santíssima Virgem Maria, como
quase todas as Cartuxas, e o seu orago foi Santa Maria Scala Coeli,
alusivo à Assunção de Nossa Senhora. “Scala Coeli” significa
Escada do Céu.
Na atualidade, o Convento da Cartuxa de Santa Maria Scala
Coeli, situado em Évora, continua habitado por monges cartuxos que
vivem em clausura monástica.
O Convento de Laveiras
O Hospício de Nossa Senhora do Vale da Misericórdia de Laveiras, que
pertenceu à Ordem da Cartuxa, teve origem em 1594, no legado de D. Simoa
Godinho, senhora natural da ilha de S. Tomé, à Misericórdia de Lisboa,
de uma quinta em Laveiras, destinada à construção de um convento para
frades ou freiras pobres. Em 1598, D. Filipe II, rei de Portugal,
obteve do Papa Clemente VII a bula “Circa Curam” com a licença para atribuir essa quinta aos frades cartuxos, vindos da atual Travessa dos Brunos, na Pampulha, em Lisboa, onde estavam instalados provisoriamente.
O facto de a Cartuxa ter sido construída para os frades de São Bruno, no
vale da Ribeira de Barcarena , e da doadora ter fundado uma capela na
igreja da Conceição Velha (na qual repousam os seus restos mortais),
em Lisboa, sob a invocação de Nossa Senhora da
Misericórdia, justificam que ao mosteiro fosse dada a designação de” Valles Misericordiae”.
Certifica-se, assim, que os frades Brunos estiveram
instalados na Pampulha antes de seguirem para Laveiras, Concelho de
Oeiras, em 1598, onde permaneceram até 1833.
Pretende-se agora recuperar o espaço expectante
onde esses restos arquitetónicos se encontram inseridos, dando
ao local a dignidade que merece. Tínhamos pensado no
ajardinamento do local, com a plantação de uma ou duas oliveiras, dada
a proximidade com a Rua do Olival, e a colocação de uma placa alusiva à
presença dos frades Brunos.
Sendo este blogue, um espaço de troca de sugestões, vimos
solicitar a vossa colaboração para completar este artigo e ideias
para valorizar o espaço em apreço.
Pinto Soares
Gabinete Histórico e Cultural da Pampulha
GABINETE HISTÓRICO E CULTURAL DA PAMPULHA
A Pampulha é um local de Lisboa com largas tradições culturais e vivenciais, onde muitos nasceram e mantêm intensos laços familiares ou emocionais.
Este
blogue surge como uma oportunidade de partilha de recordações, de
experiências e de solidariedade entre todos aqueles que de alguma
forma se identificam com este local tão especial da cidade de Lisboa.
Pretende ainda servir de apoio a quem necessite de informações ou de
ajuda de carácter cultural ou social. Deve também contribuir para a
divulgação da Pampulha e para a solução dos seus problemas urbanos.
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