quarta-feira, 17 de maio de 2023

SALVAGUARDA DO CHAFARIZ DA COVA DA MOURA NA AVENIDA INFANTE SANTO

SALVAGUARDA DO CHAFARIZ DA COVA DA MOURA NA AVENIDA INFANTE SANTO


O Chafariz da Cova da Moura, adossado ao Aqueduto  das Águas Livres, que   o   alimentava, encontra-se situado       no   afloramento calcário   com    sílex (Cenomaniano, com cerca de 97 milhões de anos) aceite como Geomonumento  pela Câmara Municipal de Lisboa, em  protocolo  estabelecido    com  o Museu Nacional de História    Natural, em 22    de Junho    de   1998, como ocorrência geológica   a preservar. Este   afloramento é delimitado pela Calçada das Necessidades e Av. Infante Santo.

O Chafariz da Cova da Moura, mandado fazer    por    aviso de 9 de Fevereiro de 1786, recebia água do Aqueduto Geral  e  encontra-se   localizado num    terreno   camarário    de   cerca de 1.134 m2, que confina com a Av. Infante   Santo, frente   ao   n.º 54, e    pertence à Freguesia da Estrela. Abastecia   o quartel    da Cova da  Moura existente na antiga Rua da Torre da Pólvora, tendo   ambos (quartel e rua) sido demolidos  em 1939   para dar lugar  à abertura da Av. Infante Santo.

A Freguesia da Estrela   é     atravessada     pelo     Ramal   das Necessidades     do    Aqueduto   das     Águas    Livres, classificado Monumento    Nacional  desde 1910  ( DG 136 de 23-06-1910 ), que segue ainda hoje enterrado até à Calçada das Necessidades  onde sai para o exterior . Continuava  pela atual Avenida Infante Santo em arcada que foi demolida em Setembro de 1949 para   a   construção daquela via, e segue   pela Travessa do Chafariz  das Terras ( a Rua tem este nome num dos lados do aqueduto  e   do  Pau de Bandeira no outro)  até   à   Rua   de   S. Caetano. A   partir   daí    enterra-se novamente até às Janelas  Verdes. O troço   da    Avenida    Infante Santo/ Rua do Pau de Bandeira, encontra-se   protegido   desde 1998, pela Port. 512/98, DR 183, de 10-08-1998, abrangido    pela ZEP do Aqueduto.

Embora      classificado   Monumento   Nacional, por     fazer   parte integrante do Aqueduto das águas Livres, o Chafariz   da   Cova da Moura encontra-se há muito abandonado e entregue  à degradação provocada pelos elementos naturais e pela intervenção do  homem, sendo inserto o seu futuro, já   que    existe um projeto urbanístico para o geomonumento  que o contem e sua zona envolvente, tendo-se iniciado já as obras para a construção do parque de estacionamento subterrâneo  para automóveis  na Rua  Embaixador Teixeira de Sampaio e Av. Infante Santo (Proc. 40/EDI/2011 – Alvará n.º 17/CE/3014), investimento conjunto da Empark e do Hospital CUF Infante Santo, da José de Melo Saúde .

Tais obras configuram a fase inicial de um processo que  engloba também, por um lado, a construção de um elevador   de ligação à Calçada das Necessidades, a construção de um jardim sobre o geomonumento, e por outro, a construção de habitações  na   parte   da Calçada   das Necessidades, nos. 8-8A   e 10-10A.  Tais projetos estão em estudo na CML.

Quanto ao Chafariz da  Cova  da Moura, embora Monumento Nacional, nada é referido. Julgamos, contudo, que     na  elaboração dos referidos projetos, a Câmara Municipal de Lisboa deveria incluir a recuperação integral do Chafariz da Cova da Moura  e sua zona envolvente e a sua devolução ao usufruto dos lisboetas.

Entretanto verificou-de a intenção da Câmara Municipal de Lisboa de integrar o Chafariz da Cova da Moura na recuperação de toda a zona envolvente.




Pinto Soares










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