quinta-feira, 20 de outubro de 2016

PROJECTO "PAMPULHA CRIA VALOR" EM ACTIVIDADE NO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

PROJECTO "PAMPULHA CRIA VALOR" EM ACTIVIDADE NO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

CERIMÓNIA PROTOCOLAR
Celebrou-se no passado dia 17, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, a cerimónia protocolar de abertura do Programa BIP/ZIP 2016, tendo o Projecto "Pampulha Cria Valor" sido aprovado pelo segundo ano consecutivo. Assim, o referido protocolo foi assinado pelos representantes do Projecto e pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina.
Desejamos para este Projecto que tanto tem feito em prol da Pampulha, as maiores felicidades.

Pinto Soares


terça-feira, 9 de agosto de 2016

O PALÁCIO POMBAL E AS TERCENAS DO MARQUÊS

O PALÁCIO POMBAL E AS TERCENAS DO MARQUÊS

O Palácio Pombal na Rua das Janelas Verdes

No sítio onde actualmente existe a avenida 24 de Julho (1) foram, até finais do século XIX, as chamadas "Tercenas de José António Pereira" ou "Tercenas do Marquês", assim chamadas por se tratar dum local onde se cuidavam das embarcações e havia armazéns para guardar aprestos. Após a construção do aterro, esta área passou a compreender a Travessa José António Pereira e o Beco da Galheta, constituindo provavelmente este último topónimo uma corruptela de calheta que constitui um sítio propício para encalhar barcos. Este local era portanto, outrora banhado pelas águas do rio Tejo. 

Curiosamente, o brasão que o palácio ostenta está mal produzido uma vez que apresenta uma estrela de cinco raios quando a heráldica  correspondente aos Carvalhos apresenta uma estrela de oito raios, encerrada numa caderna de crescentes.




A Travessa de José António Pereira

A Travessa de José António Pereira recorda-nos um abastado comerciante que foi um grande armador e proprietário de roças em S. Tomé, importador de café e outros géneros, tendo vivido no Palacete Pombal, na rua das Janelas Verdes.


José António Pereira veio a falecer em 1817 e, por volta de 1850, o palácio foi vendido ao comerciante Joaquim José Fernandes. Este tinha uma filha de nome D. Maria do Carmo Fernandes que era dama honorária da Rainha D. Amélia e casou em 1873 com António de Carvalho Melo e Duan de Albuquerque e Lorena, que veio a ser o 6º Marquês de Pombal, derivando daí  a identificação do palácio e do próprio local como "Tercenas do Marquês".




Os terrassos do palácio foram construídos sobre o aterro e ligados entre si por passagens apoiadas em arcaria sobre as ruelas ali existentes. Num desses arcos existe uma lápide  com a inscrição "Joze  Antonio Pereira. Abril de 1805". Na fachada de um armazém existente na Avenida 24 de Julho, outra lápide menciona "Caes de Joze Antonio Pereira de 1801".

Futuro Incerto
Em Novembro de 2007, teve início o Projeto África.cont, com o fim de criar um “Centro multidisciplinar e interdisciplinar para o conhecimento de África e das suas diásporas nos seus desenvolvimentos contemporâneos”, a sua sede seria instalada no Palácio Pombal e num conjunto de edifícios a erguer ou recuperar nos terrenos municipais contíguos entre a Rua das Janelas Verdes e a Av. 24 de Julho e incluiria o aproveitamento dos edifícios degradados das “Tercenas do Marquês”, que serviam de armazéns ao Palácio Pombal.

Continua a aguardar-se que este ou outro projecto possa dar a este conjunto arquitectónico histórico um destino condigno e equilibrado no espaço monumental das Janelas Verdes.

Cronologia


1801 / 1805 - edificação do palacete pelo negociante e armador José António Pereira a partir de um núcleo arquitectónico previamente existente, constituindo uma vasta propriedade que ia até ao cais do Tejo, compondo a casa e tercenas e um grande armazém abobadado, datas gravadas num  portão do antigo armazém e num dos arcos que forma passadiço entre o palácio e os armazéns, respectivamente; meados do séc. XIX - a construção do aterro transforma a zona da doca; colocação de azulejos, possivelmente fabricados na Fábrica do Rato; 1850 -  aquisição do palacete por Joaquim José Fernandes para sua esposa D. Maria do Carmo Fonseca, vindo o mesmo a ser habitado pela filha de ambos, Maria do Carmo e pelo marido desta, o conde de Santiago, e 6º marquês de Pombal, D. António de Carvalho e Melo Daun de Albuquerque e Lorena (1850 - 1911); 1937 - o então proprietário do palacete, o 7º marquês de Pombal, D. Manuel José de Carvalho e Melo Daun de Albuquerque e Lorena, arrenda-o à Mocidade Portuguesa que aí procede à instalação da sua secretaria; meados do sec. XX os azulejos do jardim são vendidos pelo 8º Marquês, Sebastião José de Carvalho Daun de Lorena à Fundação Ricardo Espírito Santo; - 1968, 10 de Dezembro - aquisição do imóvel pela Câmara Municipal de Lisboa, o qual albergava então o colégio Infante Santo; 1970 - instalação no edifício do Centro Português de Actividade Subaquáticas, prevendo-se a criação do Museu Municipal da Vida Submersa; 1982 - a Câmara Municipal de Lisboa cedeu o edifício para ampliar as instalações do Instituto José de Figueiredo. 
2020-Requerimento inicial do Procedimento de Classificação de Bens Imóveis
 



Elementos recolhidos  do "BLOGUE DE LISBOA" de
13 de Maio de 2014 e
13 de Setembro de 2014
e ainda de
SIPA - Sistema de Informação para o Património Arquitectónico


(1) Porquê o topónimo Avenida 24 de Julho ?

Foi a 24 de Julho de 1833 que as tropas liberais, fieis a D. Pedro IV e comandadas pelo Duque da Terceira, desembarcaram em Lisboa, provocando a saída dos miguelistas.

A perda da capital desmoralizou os absolutistas que, mais tarde, a 26 de Maio de 1834, acabaram por assinar a Convenção de Évora-Monte, colocando, assim, um ponto final à guerra civil.


João Pinto Soares

terça-feira, 26 de julho de 2016

A OBRA DAS NECESSIDADES

A OBRA DAS NECESSIDADES




A história da Obra das Necessidades prende-se com a existência desde 1604 de uma pequena Ermida de Nossa Senhora das Necessidades, cuja imagem fora trazida da Ericeira, e que, pelas curas e graças concedidas, rapidamente granjeou grande número de devotos.

D. Pedro II e D. João V foram também devotos de N. Senhora das Necessidades e, D. João V que atribuiu a cura de uma doença (1742) à intercessão da Virgem, pensou não só converter a pequena ermida em magnífica igreja para albergar a imagem de Nossa Senhora das Necessidades, como construir um palácio para sua habitação, e um hospício para os padres da Congregação do Oratório de S. Filipe de Neri, por aquisição de terras agrícolas circundantes. Nasceu, assim, a Obra das Necessidades como uma prova de Fé religiosa e vontade do Rei D. João V (1689-1750) e constitui um conjunto que, como tal, não pode ser analisado por partes. A Igreja, o Convento, a Tapada, o Palácio e a Praça do Obelisco constituem um todo, uma obra que foi pensada e projectada como uma unidade, constituindo hoje um valor único no Mundo, cabendo à cidade de Lisboa o privilégio e a responsabilidade da sua guarda.

No entanto, apesar de todo o empenho posto por D. João V na conclusão desta obra, a sua morte, em 31 de Julho de 1750, impediu-o de assistir à sua conclusão.

DEPOIS DE D. JOÃO V

O primeiro monarca a estabelecer-se definitivamente no Palácio das Necessidades foi a Rainha D. Maria II, em 1833.

Em 1836, D. Maria II, casou, em segundas núpcias com D. Fernando de Saxe Coburgo Gotha, mais tarde II de Portugal.

Em 1843, D. Fernando II mandou redesenhar o jardim da Tapada transformando a zona de hortas em jardim inglês, tarefa executada por Bonard, em 1855-1861. Também a ele se deve a construção do Jardim zoológico, para o ensino das Ciências Naturais aos seus filhos.

D. Pedro V, filho de D. Maria II e de D. Fernando II (séc. XIX), manda construir a Estufa Circular e a Casa do Fresco e o Rei D. Carlos (finais do séc. XIX), manda construir um campo de ténis e o pavilhão, conhecido por casa do regalo, no local onde outrora funcionou o observatório astronómico dos padres Oratorianos, que serviu de atelier de pintura da Rainha D. Amélia e é hoje (2016) o gabinete do antigo Presidente da República Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio.

D. Carlos é assassinado em 1908, quando regressava às Necessidades, vindo de Vila Viçosa e D. Manuel II, último rei  de Portugal, é obrigado a deixar o Palácio das Necessidades para, com a família real, embarcar na Ericeira, curiosamente o mesmo local onde começa a história do Conjunto das Necessidades, para o exílio na Inglaterra.

DURANTE A REPÚBLICA

Com a República, o Palácio das Necessidades é integrado no património nacional do Ministério das Finanças. Em 1911 instalam-se na parte do convento diversos serviços militares e depois o Governo Militar de Lisboa, e na parte do palácio, a partir de 1916, serviços do futuro Ministério dos Negócios Estrangeiros, cuja sede seria aí definitivamente instalada em 1950.

Também a Tapada passou a ser encarada numa vertente mais florestal. Em 1939 foi afecta à Direcção Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas que nela efectuou trabalhos de recuperação e a criação de novos elementos como o Jardim dos Cactos, que se ficou a dever à intervenção do Eng.º Mendia quando era responsável dos Serviços Florestais pela gestão da Tapada.

Em 1954, a Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, instalou na Tapada um Centro de Estudos de Mesologia e Desenvolvimento Florestal, por sua vez integrado em 1977 na Estação Florestal Nacional.

Mais modernamente, a Tapada iria ser, por Despacho Ministerial de 31 de Outubro de 1979, afecta à Estação Florestal Nacional que permaneceu nas Necessidades até transitar para Oeiras em 1998.

Em 1983, o Conjunto das Necessidades foi classificado Imóvel de Interesse Público (IIP) pelo Decreto n.º 8/83, DR, I série, n.º 19 de 24-01-1983.

Também, todo o arvoredo existente na Tapada das Necessidades encontra-se classificado de Interesse Público, pelo Aviso n.º 13, de 22 de Agosto de 2011, publicado na página da Internet da Autoridade Florestal Nacional.


NOS TEMPOS DE HOJE

Entretanto, pelo protocolo assinado em 23 de Outubro de 2008, o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas cede, por um período de 30 anos, ao Município de Lisboa, a utilização do conjunto de edifícios e estrutura verde que integram a "Tapada das Necessidades" (com excepção da Escola Básica, respectivo Jardim de Infância e "Casa do Regalo").

João Pinto Soares

terça-feira, 21 de junho de 2016

FÁBRICA DE BOLACHAS DA PAMPULHA


A FÁBRICA DE BOLACHAS DA PAMPULHA


Eduardo Costa, morador e industrial do Bairro da Pampulha, fundou em 1875 aquela que foi a primeira fábrica de bolachas e biscoitos em Portugal. A Fábrica da Pampulha teve uma produção importante, tendo chegado a produzir mais de trezentos variedades de bolachas e biscoitos. Para além da fábrica tinha um depósito em Lisboa na Rua dos Retrozeiros, 32-34 ( hoje Rua da Conceição) e um outro no Porto,  na Rua D. Pedro, 143-145.


A Fábrica de Bolachas da Pampulha
A Fábrica de Bolachas da Pampulha, situava-se na Cruz da Rocha, entre a actual Travessa dos Brunos, na Pampulha e a Rua 24 de Julho ( hoje Avenida 24 de Julho).

Estava instalada num edifício próprio de cinco pisos, servidos por um elevador. As farinhas chegavam à fábrica na Av. 24 de Julho, por carroças  e eram transportadas para o terceiro piso onde se encontravam as máquinas de preparação das massas. 

Passavam depois para o quarto piso onde estavam as máquinas de cortar e os fornos para cozer e por fim passavam para o quinto piso onde eram seleccionadas e acondicionadas em caixas de folha-de -flandres,  artisticamente coloridas. 

Esta disposição, por andares, fazia sentido se percebermos que o terreno era inclinado e que a matéria prima entrava por baixo, pelo portão do aterro, na 24 de Julho, e saia depois por cima, uma vez que o quinto piso correspondia ao piso térreo da Travessa dos Brunos. No topo, na Travessa dos Brunos, encontrava-se uma vivenda, que era a casa de morada de António Costa.

Em 1902, a revista "O Ocidente" noticiava que na Fábrica da Pampulha trabalhavam 60 pessoas de ambos os sexos, que diariamente produziam 600 quilos de bolacha, sendo exportados por mês, para África, Brasil e Índia, cerca de 30 mil quilos. Chegavam a ser produzidas cerca de 400 variedades de bolachas e biscoitos, sendo a Maria a especialidade da casa.

A qualidade dos seus produtos era seguramente boa porque conseguiu ganhar vários prémios com os seus produtos. Era a época das Exposições  Industriais chamadas Universais e os prémios nelas ganhos conferiam grande prestígio aos produtos. Na Exposição de Filadélfia. em 1876, ganhou uma medalha de mérito da Associação Promotora da Indústria Fabril e em 1878 uma outra medalha na Exposição de Paris. Em Portugal foi premiada na Exposição Agrícola de Lisboa, em 1884 e na Exposição Industrial Portuguesa de 1888.

Da grande variedade de bolachas infelizmente não foi feito qualquer registo, o que era habitual à época, mas percebe-se que o proprietário e os seus descendentes tiveram preocupações publicitárias que se manifestaram pela oferta de produtos promocionais, como calendários e outros.


calendário  dedicado a Bernardino Machado


A apurada qualidade gráfica das suas embalagens e cartazes era manifesta e pode ser constatada nos raros exemplares que vão aparecendo. São normalmente de carácter histórico e nacionalista enaltecendo figuras portuguesas como Bocage e o General Gomes Freire de Andrade. Eduardo Costa era amigo de Alfredo  Keil, daí ter criado um rótulo de A Portuguesa, além de ter criado as bolachas A portuguesa.


Cartaz alusivo à Implantação da República
Como curiosidade e partilhando em comum a memória da industrialização da zona da Pampulha, na área das bolachas e biscoitos, encontra-se o Beco da Bolacha, localizado em frente ao n.º 5 da Rua Ribeiro Sanches, na freguesia da Estrela, e terá sido nesta Rua que houve uma fábrica de bolachas que deu o nome ao beco, designada fábrica de José Maria de Moira, sita na Rua Nova de S. Francisco de Paula, nº 1 (actual Rua Ribeiro Sanches).

O sítio da Pampulha, que remonta aos fins do século XVI, está hoje reduzido à Calçada da Pampulha que  liga a Rua Presidente Arriaga à Avenida Infante Santo e era outrora  conhecida por Rua Fresca ou Rua Direita da Pampulha.

Em relação à etimologia da palavra Pampulha, embora nenhum olisipógrafo avance uma explicação definitiva para a origem do nome, José Pedro Machado no seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (1984) avançou a hipótese de a origem estar  em "pão da Apúlia" (pan do português arcaico), indicando o local onde era recebido o trigo vindo da Apúlia italiana.

Pinto Soares

(A partir de elementos in: Semanário ilustrado Branco e Negro; Revista O Ocidente;Ilustração Portuguesa).


sábado, 9 de abril de 2016

A TRAVESSA DOS BRUNOS ESTÁ MAIS BONITA




Com a colocação de pilaretes, um banco para  descanso   dos caminhantes e a plantação de uma Laranjeira, a Travessa dos Brunos, à Pampulha, ficou mais bonita.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

RUAS EM FESTA NA PAMPULHA

O comércio sai à rua

Animação de rua
A população correspondeu ao convite
A disposição das bancas (vista parcial)
Centro de Convívio do Centro Social e Paroquial de S. Francisco de Paula
Grupo de Teatro do centro de dia Frei Miguel Contreiras
Quinteto de música de câmara da Banda da Armada

terça-feira, 22 de março de 2016

COMEMORAÇÃO DO DIA DA ÁRVORE NA PAMPULHA

COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA ÁRVORE E DA FLORESTA NA PAMPULHA

No passado dia 21 de Março, crianças da Freguesia da Estrela, comemoraram o Dia Mundial da Árvore e da Floresta, com a plantação de duas Laranjeiras, nas escadinhas da Av. Infante Santo, frente ao Dispensário de Alcântara, Símbolo do Gabinete da Pampulha.

Esta cerimónia, plena  de   simbolismo, que contou com  a presença do Sr. Presidente   da Junta  de Freguesia da Estrela, Dr, Luís Newton, pretendeu desenvolver nas nossas crianças   o   amor   pelas árvores que surge de uma forma natural do seu conhecimento, e do contacto físico com elas e com a terra que as suporta e sustenta.

Pinto Soares






quinta-feira, 17 de março de 2016

HISTÓRIA DO MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA, TAMBÉM CONHECIDO POR MUSEU DAS JANELAS VERDES





O Anexo. Entrada para o Museu pelo Jardim 9 de Abril


O Museu Nacional de Arte Antiga, também conhecido por Museu das Janelas Verdes, por se situar na rua com o mesmo nome, encontra-se instalado no palácio dos Condes de Alvor, frente ao Largo Dr. José de Figueiredo, por onde tem uma entrada.

Entrada do Museu Nacional de Arte Antiga pelo Largo Dr. José de Figueiredo 

O Palácio de Alvor foi mandado construir no séc. XVII por D. Francisco de Távora, 1.º Conde de Alvor, tendo passado a ser conhecido como Palácio de Alvor-Pombal, porque, em 1759, o edifício foi adquirido por Paulo de Carvalho e Mendonça, irmão do Marquês de Pombal que, por morte do primeiro, passou a ser proprietário do palácio, tendo este ficado na posse da sua família por mais de um século.

Placa Toponímica à entrada do Largo Dr. José de Figueiredo com o nome do primeiro director do Museu Nacional de Arte Antiga
Largo Dr, José de Figueiredo e Chafariz das Janelas Verdes


Ao falarmos do Largo Dr. José de Figueiredo não podemos deixar de fazer referência ao Chafariz das Janelas Verdes, Classificado Imóvel de Interesse Público em 10 de Agosto de1998 pela portaria n.º 512/98 do Diário da República (I-Série-B), n.º 183. Faz parte do conjunto dos cinco chafarizes adossados ao Ramal das Necessidades do Aqueduto das Águas Livres: O do Jardim Olavo Bilac, o da Praça da Armada, o das Terras, o da Cova da Moura e o das Janelas Verdes, todos na Freguesia da Estrela.

Este chafariz, de arquitectura barroca, foi edificado em mármore branco e rosa no ano de 1775, baseado no projecto do arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos, possuindo várias esculturas de António Machado, das quais sobressai o grupo escultórico, representando uma alegoria ao Amor e à Água com as figuras de um golfinho e a do Cupido que oferece uma seta a Vénus.

Em 1884 o actual Museu Nacional de Arte Antiga foi adquirido pelo Estado Português, sendo hoje um organismo oficial dependente do Instituto Português de Museus.



Em 1918 é demolido o Mosteiro das Freiras Carmelitas Descalças, também conhecido por Convento das Albertas, nome derivado do seu patrono, Santo Alberto, contíguo ao palácio Alvor, para aí ser construído o edifício ANEXO tal como o conhecemos ainda hoje, que só foi inaugurado em 1940 com a exposição dos Primitivos Portugueses, comemorativa dos 800 anos de história portuguesa e dá entrada principal ao Museu, pelo Jardim 9 de Abril.

Do Convento das Albertas existe ainda a capela e a cerca onde foi construído o Jardim 9 de Abril.


Capela do Convento das Albertas


A CRIAÇÃO DO MUSEU DE ARTE ANTIGA COMO RESULTADO DA REVOLUÇÃO LIBERAL



Com a abolição das Ordens Religiosas por decreto de 28 de Maio de 1834, logo no dia seguinte ao da convenção de Évora-Monte que acabou com a guerra civil entre absolutistas e liberais, o novo poder entregou ao Estado muitas centenas de objectos pertencentes aos mosteiros.

Estes objectos, nomeadamente quadros foram colocados em depósito no extinto convento de S. Francisco da Cidade onde, desde 1836 está sediada a Academia Nacional de Belas Artes.

Foi, no entanto, necessário esperar até 1882 com a realização da célebre exposição de Arte Ornamental, inaugurada pelo Rei D. Luis I, realizada nas salas do Palácio dos Condes de Alvor, por essa altura alugado pelo Estado por um período de trinta anos, para o aparecimento de um Museu Nacional de Belas Artes.

Dois anos depois, o palácio de Alvor seria comprado pelo Estado e receberia as colecções que estavam à guarda da Academia de Belas Artes. Estava assim criado o Museu Nacional de Belas Artes e Arqueologia que passaria, em 1911 depois da implantação da república, a Museu Nacional de Arte Antiga.

Depois da implantação da república dá-se a entrada no museu de nova leva de peças provenientes dos Palácios Reais, entre os quais o Palácio das Necessidades, morada dos últimos Reis de Portugal.



João Pinto Soares


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O CHAFARIZ DA COVA DA MOURA NA AVENIDA INFANTE SANTO


O CHAFARIZ DA COVA DA MOURA NA AVENIDA INFANTE SANTO

O Chafariz da Cova da Moura em 1950

O Chafariz da Cova da Moura na actualidade



Venho aqui apresentar a comunicação que proferi na reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa de 27 de Janeiro de 2016 e que mereceu por parte do Sr. Vereador Manuel Salgado a promessa de que a  recuperação do Chafariz da Cova da Moura e a sua possível integração no jardim previsto para o Geomonumento que o contém, iriam ser estudadas e tidas em consideração. Estas são , para já, boas notícias. 


Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Exmos. Srs. Vereadores
Minhas Senhoras e meus Senhores

Sou João Pinto Soares e aqui represento a Associação Lisboa Verde.

Pretendo chamar a   atenção de V.Exas. para o estado actual do Chafariz   da   Cova   da  Moura na Avenida Infante Santo e para a necessidade urgente da sua recuperação, bem como da salvaguarda do geomonumento que o contem, para usufruto dos Lisboetas.

O Chafariz da Cova da Moura, mandado fazer por aviso de 9 de Fevereiro de 1786, adossado ao Aqueduto das Águas Livres, que o alimentava,   abastecia o  quartel da Cova da  Moura, existente na  antiga Rua  da Torre da Pólvora, tendo ambos (quartel e rua) sido demolidos em 1939 para dar lugar à abertura da Av. Infante Santo.

Encontra-se situado no afloramento calcário com sílex (Cenomaniano, com cerca de 97 milhões de anos) aceite como Geomonumento pela Câmara Municipal de Lisboa, em protocolo estabelecido com o Museu Nacional de História Natural,  em 22 de Junho de 1998,  como    ocorrência geológica a preservar. Este afloramento é delimitado pela Calçada das Necessidades e Av. Infante Santo, Freguesia da Estrela. 

O Aqueduto das Águas Livres está  classificado Monumento Nacional    por  Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado a 23 de Junho de 1910.

O Chafariz da Cova da Moura, sendo abastecido pelo Aqueduto das Águas Livres através duma galeria que o liga ao sistema   principal, faz assim parte  integrante  do   Aqueduto   das   Águas   Livres pelo   que se encontra classificado pelo Decreto n.º 5/2002, DR. 42, 1ª série – B de 19-02-2002, como Monumento Nacional (MN). Decreto que alargou a classificação do Aqueduto das Águas Livres aos seus aferentes e correlacionados.

Embora classificado Monumento Nacional,  o Chafariz   da   Cova da Moura encontra-se há muito abandonado e entregue  à degradação provocada   pelos   elementos naturais e pela incúria do homem, sendo inserto  o seu futuro, já  que existe um projecto urbanístico para  o   geomonumento que   o   contem  e  sua zona envolvente, tendo-se iniciado   já as    obras   para    a  construção  do parque de estacionamento subterrâneo para automóveis   na Rua  Embaixador Teixeira   de   Sampaio  e   Av. Infante    Santo  (Proc. 40/EDI/2011 – Alvará n.º 17/CE/3014), investimento   conjunto   da  Empark   e do Hospital CUF Infante Santo, da José de Melo Saúde .

Tais    obras   configuram  a fase inicial de um processo que  engloba também, por um lado, a construção  de   um elevador   de ligação à Calçada das Necessidades, a  construção de um  jardim sobre o geomonumento, e por outro, a construção   de  habitações na parte da   Calçada   das  Necessidades, nos. 8-8A e 10-10A,   projectos   em estudo na CML.

Porque quanto ao Chafariz da Cova da Moura, embora Monumento Nacional, nada   é    referido, a Associação    Lisboa   Verde   vê  com  grande preocupação  a   resposta da Câmara Municipal de Lisboa ao requerimento do Gabinete dos Vereadores do  PCP, de 11 de Março de 2015,  referente à possível recuperação do  Chafariz  da Cova da Moura.

De facto, tal resposta,  parece estar de acordo com os pareceres de   diversas   entidades     que, tendo   como    obrigação   a   defesa do património  nacional, em vez  de propor a   recuperação do Chafariz da   Cova   da   Moura, preconizam   a   sua demolição, tendo  como fundamento o estado de ruína.

Lembramos  que   no   ano   de 1878    também  parte do   Mosteiro     dos Jerónimos esteve em ruínas e nem por  isso foi demolido, antes recuperado. Assim, o chafariz da  cova   da Moura , embora   tenha sofrido   os    efeitos  desgastantes    da passagem    dos   anos,  sem   qualquer   intervenção,  está  em condições de poder ser recuperado, assim  haja  vontade para o  fazer.

Não  queremos   acreditar   que   o desenvolvimento   da   urbanização agora em curso seja a causa da impossibilidade de recuperação do Chafariz da Cova da Moura.

Termino apelando a Vexas. Para que não permitam a  demolição do   Chafariz   da   Cova   da    Moura, antes    procedam    à sua     rápida   recuperação, impedindo  a repetição   dos  atropelos  verificados no   local  no  tempo   do   Estado  Novo ,  quando em Setembro de 1949 se procedeu  à   dinamitação   dos   arcos   do   Aqueduto para  a  passagem da Av. Infante   Santo. Não   queremos que o tempo volte para trás.

Juntamos fotografias   do estado   actual do  Chafariz   da Cova da  Moura e  do  que  ele   era em 1950, quando da abertura da Av. Infante Santo.

                Obrigado pela vossa atenção.

                                                              João Pinto Soares
                                                              Lisboa, 27 de Janeiro de 2016

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

BIBLIOTECA ITINERANTE DA CML NA PRAÇA DA ARMADA

BIBLIOTECA ITINERANTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA NA PRAÇA DA ARMADA




A Pampulha ganhou uma mais valia cultural importante com a presença quinzenal na Praça da Armada da Biblioteca Itinerante da Câmara Municipal de Lisboa.

De facto,  quinzenalmente, à  Quinta-feira,  das 14 às 18 horas, os interessados poderão solicitar o cartão de leitor, mediante a apresentação de prova de identificação e morada, requisitar gratuitamente documentos e levá-los para casa por empréstimo.

A viatura  está equipada com una biblioteca em livre acesso, de temática variada  em diferentes suportes (livros, cd´s, dvd´s, cd´roms, jornais e revistas) e um serviço de multimédia que permite aceder às novas tecnologias.

Dispõe de serviço de  referência, de empréstimo domiciliário, de empréstimo inter-bibliotecas municipais e consulta local, para além do acesso  gratuito à internet e ao catálogo colectivo das BLX.

Telefones: 218170544; 910238089.

Saiba mais em: lx.cm-lisboa.pt